sábado, 20 de março de 2010

Fábula:Faça a sua parte(Concentre-se em fazer a sua parte)

 

Um incêndio avançava sobre a floresta destruindo tudo o que encontrava pelo caminho.
Os animais, assustados correm para se proteger na outra margem do rio.
O "rei" leão procura por todos os seus amigos: lá estão os sapos, as cobras, os esquilos, as cabras, coiotes, os macacos, enfim, todos os animais.
Com isso, ele sorri satisfeito pensando, pelo menos aqui todos estão seguros
Perto dali o pequenino beija-flor enche seu biquinho com água do rio voa e do alto solta aquelas gotas sobre o imenso fogo.
Depois do quinto mergulho na água o leão faz a pergunta esperada por todos:
Beija-flor, você acha que vai conseguir apagar este incêndio com estas gotinhas?
Não, responde a pequenina ave, mas estou fazendo a minha parte!
Se todos colaborarmos, sem buscar recompensas, tudo ficará melhor com o passar do tempo e a ajuda de uns fará a vida de outros muito melhor ou, pelo menos, menos pior.
Concentre-se em fazer a sua parte e procure fazê-la muito bem feita.

Fábula:Sinais de Deus

 

Conta-se que um velho árabe analfabeto orava com tanto fervor e com tanto carinho, cada noite, que certa vez, o rico chefe de grande caravana chamou-o a sua presença e lhe perguntou:
- Por que oras com tanta fé?
Como sabes que Deus existe, quando nem ao menos sabes ler?
O fiel de Deus respondeu:
- Grande senhor, conheço a existência de Nosso Pai Celeste pelos sinais dele.
- Como assim? - indagou o chefe, admirado.
O servo humilde explicou-se:
- Quando o senhor recebe uma carta de pessoa ausente, como reconhece quem A escreveu?
- Pela letra.
- Quando o senhor recebe uma jóia, como é que se informa quanto ao autor dela?
- Pela marca do ourives.
O empregado sorriu e acrescentou:
Quando ouve passos de animais, ao redor da tenda, como sabe, depois, se foi um carneiro, um cavalo um boi?
- Pelos rastros - respondeu o chefe, surpreendido.
Então, o velho crente convidou-o para fora da barraca e, mostrando-lhe o
céu, onde a Lua brilhava, cercada por multidões de estrelas, exclamou, respeitoso:
- Senhor, aqueles sinais, lá em cima, não podem ser dos homens!
Nesse momento, o orgulhoso caravaneiro, de olhos lacrimosos, ajoelhou-se na areia e começou a orar também.
Deus, mesmo sendo invisível aos nossos olhos; deixa-nos sinais em todos os lugares:
na manhã que nasce calma, no dia que transcorre com o calor do sol ou com a chuva que molha a relva...
Ele deixa sinais quando alguém se lembra de você, quando alguém te considera importante...
Quando alguém merece teu carinho, Quando alguém lembra de te enviar um e-mail, um texto e diz a você o que de melhor poderia dizer:Você é Abençoado!

Gerente X Líder

 

O gerente administra
- o líder inova.
O gerente conserva
- o líder desenvolve.
O gerente se apoia em sistemas
- o líder em pessoas.
O gerente conta com controles
- o líder em confiança.
O gerente faz certo as coisas
- o líder faz a coisa certa.
(Revista Fortune).

fábula:Os três conselhos (saiba escolher)

 

Um casal de jovens recém casados, era muito pobre e vivia de favores num sítio do interior. Um dia o marido fez uma proposta à esposa:
- Querida eu vou sair de casa e vou viajar para bem distante, arrumar um emprego e trabalhar até que eu tenha condições de voltar e dar a você uma vida mais digna e confortável.
Não sei quanto tempo vou ficar longe de casa, só peço uma coisa: que você me espere e, enquanto eu estiver fora, seja fiel a mim que eu serei fiel a você.
Assim sendo o jovem saiu. Andou muitos dias a pé, até que encontrou um fazendeiro que estava precisando de alguém para ajudar em sua fazenda.
Ele se ofereceu para trabalhar, e foi aceito. Sendo assim, lhe propôs um pacto ao patrão:
- Patrão eu peço só uma coisa para o Senhor.
Deixe-me trabalhar pelo tempo que eu quiser e quando eu achar que eu devo ir embora o Senhor me dispensa das minhas obrigações.
Não quero receber o meu salário.
Quero que o Senhor o coloque na poupança até o dia que eu sair daqui. No dia em que eu sair o Senhor me dá o dinheiro e eu sigo o meu caminho.
Tudo combinado, aquele jovem trabalhou muito, sem férias e sem descanso.
Depois de vinte anos ele chegou para o seu patrão e lhe disse:
- Patrão eu quero o meu dinheiro, pois estou voltando para a minha casa.
O patrão então lhe disse:
- Tudo bem, nós fizemos um pacto e eu vou cumprir, só que antes eu quero lhe fazer uma proposta. Curioso ele pregunta qual a proposta e seu patrão lhe diz:
- Eu lhe dou todo o seu dinheiro e você vai embora ou eu lhe dou três conselhos e não lhe dou o dinheiro e você vai embora.
Se eu lhe der o dinheiro eu não lhe dou os conselhos e se eu lhe der os conselhos não lhe dou o dinheiro.
Vai pro seu quarto, pensa e depois me dá a resposta.
O rapaz pensou durante dois dias depois procurou o patrão e lhe disse:
- Eu quero os três conselhos.
- Se eu lhe der os conselhos eu não lhe dou o dinheiro.
- Eu quero os conselhos.
O patrão então lhe falou:
1º  "Nunca tome atalhos em sua vida, caminhos mais curtos e desconhecidos podem custar a sua vida";
2º " Nunca seja curioso para aquilo que é mal, pois a curiosidade pro mal
pode ser mortal";
3º " Nunca tome decisões em momentos de ódio e de dor, pois você pode
se arrepender e ser tarde demais";
Após dar os três conselhos o patrão disse ao rapaz que já não era tão jovem assim:
- Aqui você tem três pães, dois são para você comer durante a viagem e o terceiro é para comer com a sua esposa quando chegar em sua casa.
O rapaz  seguiu o seu caminho de volta para casa, depois de vinte anos longe de casa e da esposa que ele tanto amava. Andou durante o primeiro dia e encontrou um viajante que o cumprimentou e lhe perguntou:
- Pra onde você vai?
- Vou para um lugar muito distante que fica a mais de vinte dias de caminhada por esta estrada.
- Rapaz, esse caminho é muito longo, eu conheço um atalho que é dez vezes menor e você vai chegar em poucos dias.
O rapaz ficou contente e começou a seguir pelo atalho, quando lembrou-se do primeiro conselho do seu patrão:
"Nunca tome atalhos em sua vida,
caminhos mais curtos e desconhecidos podem custar a sua vida".
Então voltou e seguiu o seu caminho. Dias depois ele soube que aquilo era uma emboscada.
Depois de alguns dias de viagem, achou uma pensão na beira da estrada onde pôde hospedar-se.  De madrugada acordou assustado com um grito estarrecedor e muito barulho. Levantou-se de um salto só e dirigiu-se à porta para sair.
Quando lembrou do segundo conselho:
Nunca seja curioso para aquilo que é mal, pois a curiosidade pro mal pode ser mortal". Voltou, deitou-se e dormiu.
Ao amanhecer, após tomar o café, o dono da hospedagem lhe perguntou se ele não havia ouvido um grito e ele disse que sim
- Então por que não ver o que era,  não ficou curioso?
Ele disse que não. Então o hospedeiro lhe falou:
- Você é o único que sai vivo daqui,  um louco gritou durante a noite e quando os hóspede saia ele o matava.
O rapaz seguiu seu caminho e depois de muitos dias e noites de caminhada, já ao entardecer, viu entre as árvores a fumaça da sua casinha, andou e logo viu entre os arbustos a silhueta da sua esposa.
O dia estava escurecendo, mas ele pode ver que a sua esposa não estava só.
Andou mais um pouco e viu que ela tinha sentado no colo de um homem a quem estava acariciando os cabelos.
Ao ver aquela cena o seu coração se encheu de ódio e amargura e ele decidiu matar os dois sem piedade.
Apressou os passos, quando se lembrou do terceiro conselho: "Nunca tome decisões em momentos de ódio e de dor, pois você pode se arrepender e ser tarde demais". Então ele parou, refletiu e decidiu dormir aquela noite ali mesmo. Ao amanhecer, já com a cabeça fria ele disse:
- Não vou matar minha esposa e nem o seu amante. Vou voltar para o meu patrão e pedir que ele me aceite de volta. Só que antes eu quero dizer para a minha esposa que eu fui fiel a ela. Dirigiu-se à porta da casa e bateu.
Ao abrir a  porta esposa  reconhece o seu marido e se atira ao seu pescoço e o abraça afetuosamente. Ele tenta afastá-la, mas não consegue, tamanha a felicidade dela. Então com lágrimas ele lhe diz:
- Eu fui fiel a você e você me traiu.
- Como? __ e ainda espantada diz_ Eu não lhe traí, o esperei durante esses vinte anos.
- E aquele homem que você estava acariciando ontem ao entardecer?
- Aquele homem é nosso filho. Quando você foi embora eu descobri que estava grávida e hoje ele está com vinte anos de idade.
Então ele conheceu e abraçou seu filho, contou-lhes toda a sua história enquanto a esposa preparava o café e sentaram-se para tomar o café e comer o último pão.
Após a oração de agradecimento e lágrimas de emoção ele parte o pão, e ao parti-lo, ali estava todo o seu dinheiro...!

Saibamos Ouvir

 

Uma alta funcionária de uma grande empresa e que conseguiu ser vitoriosa na área profissional disse:
“Ouvir na sala de reunião pode levar você à vitória”.
Realmente. Sabemos pela experiência que os melhores médicos, engenheiros, advogados, juízes, etc são os que ouviram melhor na sala de aula.
Ouvir bem é uma arte que todos nós precisamos aprender, isto em todas as áreas da vida.
Devemos estar atentos àquilo que nos ergue, que nos edifica, que nos anima, que nos transforma.
Se ouvir na área profissional nos faz tão bem, imagine se soubermos ouvir aquilo que vem de Deus.
Escute o que Deus tem a dizer, valorizando a leitura da Bíblia e as mensagens que de várias maneiras chegam até você a cada novo dia.

Fábula:O prego e a Cerca (embora as palavras possam cair no esquecimento, as marcas deixadas pelo significado são para sempre.)

 

..Era uma vez um menino que tinha um mal temperamento. O pai deu-lhe um saco de pregos e disse a ele que cada vez que perdesse a calma, ele deveria pregar um prego na cerca.
No primeiro dia, o menino pregou 17. Nas semanas seguintes, como ele aprendeu a controlar o seu temperamento, o número diminui consideravelmente...
Ele descobriu que era mais fácil se segurar do que pregar aqueles pregos na cerca.
Finalmente, chegou o dia em que o menino não perdeu a calma nenhum momento.
Ele então falou ao seu pai sobre isso e o pai sugeriu que o menino tirasse da cerca um prego por dia se ele não perdesse a calma
Os dias passaram e o menino, então, estava finalmente pronto para dizer ao pai que tinha retirado
todos os pregos da cerca. O pai, então, o pegou pela mão e foram até a cerca onde lhe disse:
" você fez muito bem meu filho, mas veja só os buracos que restaram na cerca.
A cerca nunca mais será a mesma! Quando você fala algumas coisas com raiva, elas deixam
cicatrizes como estás aqui. Você pode enfiar uma faca em alguém e retirá-la. Não importa quantas
vezes você peça desculpas, a ferida ainda está lá.
Um ferimento verbal é a mesma coisa que um físico, embora as palavras possam cair no
esquecimento, as marcas deixadas pelo significado são para sempre.
..Era uma vez um menino que tinha um mal temperamento. O pai deu-lhe um saco de pregos
e disse a ele que cada vez que perdesse a calma, ele deveria pregar um prego na cerca.
No primeiro dia, o menino pregou 17. Nas semanas seguintes, como ele aprendeu a controlar
o seu temperamento, o número diminui consideravelmente...
Ele descobriu que era mais fácil se segurar do que pregar aqueles pregos na cerca.
Finalmente, chegou o dia em que o menino não perdeu a calma nenhum momento.
Ele então falou ao seu pai sobre isso e o pai sugeriu que o menino tirasse da cerca um prego por
dia se ele não perdesse a calma.
Os dias passaram e o menino, então, estava finalmente pronto para dizer ao pai que tinha retirado
todos os pregos da cerca. O pai, então, o pegou pela mão e foram até a cerca onde lhe disse:
" você fez muito bem meu filho, mas veja só os buracos que restaram na cerca.
A cerca nunca mais será a mesma! Quando você fala algumas coisas com raiva, elas deixam cicatrizes como estás aqui. Você pode enfiar uma faca em alguém e retirá-la. Não importa quantas vezes você peça desculpas, a ferida ainda está lá.
Um ferimento verbal é a mesma coisa que um físico, embora as palavras possam cair no esquecimento, as marcas deixadas pelo significado são para sempre.
..Era uma vez um menino que tinha um mal temperamento. O pai deu-lhe um saco de pregos e disse a ele que cada vez que perdesse a calma, ele deveria pregar um prego na cerca.
No primeiro dia, o menino pregou 17. Nas semanas seguintes, como ele aprendeu a controlar o seu temperamento, o número diminui consideravelmente...
Ele descobriu que era mais fácil se segurar do que pregar aqueles pregos na cerca.
Finalmente, chegou o dia em que o menino não perdeu a calma nenhum momento.
Ele então falou ao seu pai sobre isso e o pai sugeriu que o menino tirasse da cerca um prego por dia se ele não perdesse a calma.
Os dias passaram e o menino, então, estava finalmente pronto para dizer ao pai que tinha retirado todos os pregos da cerca. O pai, então, o pegou pela mão e foram até a cerca onde lhe disse:
" você fez muito bem meu filho, mas veja só os buracos que restaram na cerca.
A cerca nunca mais será a mesma! Quando você fala algumas coisas com raiva, elas deixam cicatrizes como estás aqui. Você pode enfiar uma faca em alguém e retirá-la. Não importa quantas vezes você peça desculpas, a ferida ainda está lá.
Um ferimento verbal é a mesma coisa que um físico, embora as palavras possam cair no esquecimento, as marcas deixadas pelo significado são para sempre.

Fábula:A Paz (Leve a Paz com Você onde quer que vá.)

 

Era uma vez uma pequena cidade chamada Fraterna. Lá vivia o garoto Teo. Certa manhã, Teo despertou cedinho gritando para todo mundo ouvir, que havia tido um sonho e que descobrira qual a solução para os problemas dos homens. Dizia ele que os problemas existiam porque os homens eram nervosos e assim não conseguiam resolver as questões mais comuns. A solução de todos os conflitos dependeria da calma dos homens.
E para que os homens tivessem calma, a fórmula era bem simples. E com Teo ela sempre funcionava.
Era assim: sempre que se exaltava um pouco ou ficava nervoso e irritado, olhava para o céu e fitava todo aquele azul(azul claro, é claro!) e logo sua paz voltava.
Daquela manhã em diante procurou convencer todo de que, se tudo fosse pintado de azul (azul claro, é claro!), os homens não mais brigariam, pois estariam sempre tranqüilos.
E para implantar sua idéia por toda a terra habitada, resolveu escrever uma carta para cada chefe das nações mais "importantes".
Pensava Teo que se eles aceitassem seu plano de pintar tudo de azul( azul claro, é claro!), todos os outros
países iriam seguir o exemplo.
E a Paz no mundo certamente voltará!
E enviou as cartas.
Esperou por uma resposta às suas cartas ... e nada. Pensou então em escrever ao Presidente do nosso país. Sim afinal é o nosso país, falamos a mesma língua. Ele me dará atenção. Escreveu, portanto, uma nova a carta, recomendando que fosse feita uma lei, determinando que tudo no nosso país fosse pintado de azul( azul claro, é claro!).
Nosso país será exemplo para os países mais "importantes" do mundo e eles serão exemplo para todo o mundo.
A Paz reinará na Terra afinal.
Teo esperou, esperou e... nada de resposta à sua carta. Pensou então que o nosso estado poderia servir de exemplo ao país e escreveu então uma carta ao Governador com a sua fórmula de Paz. Teo esperou, esperou, esperou e... nada de resposta à sua carta.
Pensou ainda: talvez seja mais fácil convencer o Prefeito da nossa cidade.
E escreveu assim uma última carta recomendando que tudo fosse pintado de azul (azul claro, é claro!)
Teo esperou, esperou, esperou e ... nada de resposta à sua carta. Desanimado por ninguém dar atenção a um assunto tão importante como a Paz no mundo, Teo sentou-se à sombra de uma frondosa árvore defronte à sua casa, abaixou a cabeça e começou a chorar.
Chorou tanto que adormeceu ali.
Quando acordou, Teo olhou para sua casa do outro lado da rua. Que surpresa! Por incrível que pareça, só agora percebera, que ela era amarela! E já bem desbotada.
Levantou-se num pulo e gritou: "Isto depende de mim, de mais ninguém! Ela vai ser azul(azul claro, é claro!)
E Teo pintou e pintou. Dentro de pouco tempo a casinha já não era a mesma, parecia outra.
Estava renovada, remoçada, linda. Estava toda Azul.
Teo havia feito aquilo que dizia para os outros fazerem.
Ele estava feliz consigo mesmo.
Tinha dado início ao plano de tornar o mundo todo azul(azul claro,é claro). Sem que ninguém desse conta e sem que Teo percebesse, ele estava interferindo de uma forma muito positiva no mundo todo.
Sim, pois todos que por ali passavam, paravam, olhavam e se admiravam com a beleza da casa. E se passassem sisudos, irritados, dali partiam sorrindo. E muitas e muitas pessoas gostaram tanto daquela cor, que também pintaram suas casas.
Teo percebeu, afinal, que o mundo seria melhor se cada um fizesse tudo o que estivesse ao seu alcance fazer para viver em Paz, sem nenhuma imposição, lei ou ordem de governos.
Se todos dessem a sua contribuição, espalhasse o seu azul, tudo ficaria em Paz. Sua idéia, sem demora, pelo mundo se espalhou e se tornou tão real, que quando os astronautas vão para a lua, e de lá olham para Terra, atestam que o que se vê é uma linda esfera azul(azul claro, é claro!). Azul da cor do céu.
Azul da cor da Paz.
Um azul, azul.
Azul claro, é claro!
Se você também sonha com um mundo melhor, onde as pessoas vivam em harmonia, onde o equilíbrio não seja só uma palavra, mas uma ação, então faça a sua parte. Leve a Paz com Você onde quer que vá.
E que todos os seus dias sejam de Paz.

Fábula:Uma Reflexão (PERMITA QUE DEUS FAÇA MORADA EM SEU CORAÇÃO)

 

Um homem sussurrou:
- Deus, fale comigo.
E um rouxinol começou a cantar.
Mas o homem não ouviu.
Então o homem repetiu:
-- Deus, fale comigo!
E um trovão ecoou nos céus.
Mas o homem foi incapaz de ouvir...
O Homem olhou em volta e disse:
- Deus, deixe-me vê-lo.
E uma estrela brilhou no céu.
Mas homem não a notou.
O homem começou a gritar:
- Deus, mostre-me um milagre
E uma criança nasceu
Mas o homem não sentiu o pulsar da vida...
Então o homem começou a chorar e a se desesperar:
- Deus, toque-me e deixe-me sentir que você está aqui.
E uma borboleta pousou suavemente e em seu ombro.
O homem espantou a borboleta com a mão e, desiludido,
continuou o seu caminho...
...Será que nós estamos preparados para perceber que
nem sempre o caminho que esperamos encontrar é o que
buscamos?
Será que não conseguimos vislumbrar outros caminhos que
se nos apresentam no nosso caminhar pela vida,
endurecidos na desilusão de nossas expectativas?
Será que não conseguimos perceber que a felicidade está
presente em caminhos diversos, e quanto a vida é rica de
oportunidades e que Deus está presente em cada partícula
do Universo.
E mesmo assim ficamos cegos à sua presença porque sua
manifestação não é como a esperávamos?
Pensem nisso, amigos. E vamos em busca da felicidade,
que se encontra, quem sabe, onde menos a esperamos:
DENTRO DE NÓS MESMOS...
PERMITA QUE DEUS FAÇA MORADA
EM SEU CORAÇÃO E EM SUA VIDA ! ELE TE AMA......

Fábula:O Tolo ( o que importa não é o que pensam de nós)

 

Conta-se que numa pequena cidade do interior um grupo de pessoas se divertia com o idiota da aldeia. Um pobre coitado de pouca inteligência, que vivia de pequenos biscates e esmolas.
Diariamente eles chamavam o bobo ao bar onde se reuniam e ofereciam a ele a escolha entre duas moedas, uma grande de 400 réis e outra menor, de dois mil réis. Ele sempre escolhia a maior e menos valiosa, o que era motivo de risos para todos. Certo dia, um dos
membros do grupo chamou-o e lhe perguntou se ainda não havia percebido que a moeda maior valia menos.
- Eu sei - respondeu o não tão tolo assim - ela vale cinco vezes menos, mas no dia que eu escolher a outra, a brincadeira acaba e não vou mais ganhar minha
moeda.
Pode-se tirar várias conclusões dessa pequena narrativa.
A primeira: quem parece idiota, nem sempre é.
Dito em forma de pergunta: quais eram os verdadeiros
tolos da história?
Outra conclusão: se você for extremamente ganancioso, acabará por estragar sua fonte de renda. Mas a conclusão mais interessante, a meu ver é a percepção de que podemos estar bem mesmo quando os outros não têm uma boa opinião a nosso respeito. Portanto, o que importa não é o que pensam de nós, mas
o que realmente somos!

Fábula:Assembléia na Carpintaria(Defeitos e Qualidades)

 

Contam que na carpintaria houve uma vez uma estranha assembléia.
Foi uma reunião de ferramentas para acertar suas diferenças.
Um martelo exerceu a presidência, mas os participantes lhe notificaram que teria que renunciar.
A causa?

Fazia demasiado barulho; e além do mais, passava todo o tempo golpeando.
O martelo aceitou sua culpa, mas pediu que também fosse expulso o parafuso, dizendo que ele dava muitas voltas para conseguir algo.
Diante do ataque, o parafuso concordou, mas por sua vez, pediu a expulsão da lixa. Dizia que ela era muito áspera no tratamento com os demais, entrando sempre em atritos.
A lixa acatou, com a condição de que se expulsasse o metro que sempre media os outros segundo a sua medida, como se fora o único perfeito.
Nesse momento entrou o carpinteiro, juntou o material e iniciou o seu trabalho. Utilizou o martelo, a lixa, o metro e o parafuso.
Finalmente, a rústica madeira se converteu num fino móvel.
Quando a carpintaria ficou novamente só, a assembléia reativou a discussão.
Foi então que o serrote tomou a palavra e disse:
"Senhores, ficou demonstrado que temos defeitos, mas o carpinteiro trabalha com nossas qualidades, com nossos pontos valiosos. Assim, não pensemos em nossos pontos fracos, e concentremo-nos em nossos pontos fortes."
A assembléia entendeu que o martelo era forte, o parafuso unia e dava força, a lixa era especial para limar e afinar asperezas, e o metro era preciso e exato.
Sentiram-se então como uma equipe capaz de produzir móveis de qualidade.
Sentiram alegria pela oportunidade de trabalhar juntos.
Ocorre o mesmo com os seres humanos. Basta observar e comprovar.
Quando uma pessoa busca defeitos em outra, a situação torna-se tensa e negativa; ao contrário, quando se busca com sinceridade os pontos fortes dos outros, florescem as melhores conquistas humanas.
É fácil encontrar defeitos, qualquer um pode fazê-lo.
Mas encontrar qualidades... isto é para os sábios!!!!

Tem pão velho?(Jesus é o pão da vida)

 

Era um fim de tarde de sábado. Eu estava molhando o jardim da minha casa, quando fui interpelada por um garotinho com pouco mais de 9 anos, dizendo:
- Dona, tem pão velho? Essa coisa de pedir pão velho sempre me incomodou Desde criança.
Olhei para aquele menino tão nostálgico e perguntei:
Onde Você mora? - Depois do zoológico.
- Bem longe, hein? - É... mas eu tenho que pedir as coisas para comer
- Você está na escola? - Não. Minha mãe não pode comprar material
- Seu pai mora com vocês? - Ele sumiu. E o papo prosseguiu, até que disse:
- Vou buscar o pão. Serve pão novo? – Não precisa, não.
A senhora já conversou comigo, isso é suficiente.
Esta resposta caiu em mim como um raio. Tive a sensação de ter absorvido toda a solidão e a falta de amor daquela criança, daquele menino de apenas 9 anos, já sem sonhos, sem brinquedos, sem comida, sem escola e tão necessitado de um papo, de uma conversa amiga. Caros amigos, quantas lições podemos tirar desta resposta:
"Não precisa, não. A senhora já conversou comigo, isso é
suficiente!"
Que poder mágico tem o gesto de falar e ouvir com amor!
Alguns anos já se passaram e continuam pedindo "pão velho" na minha casa... e eu dando "pão novo", mas procurando antes compartilhar o pão das pequenas conversas, o pão dos gestos que acolhem e promovem.
Este pão de amor não fica velho, porque é fabricado no coração de quem acredita Naquele que disse:
"Eu sou o pão da vida!"
Verifique quantas pessoas talvez estejam esperando uma só palavra sua...

Fábula:Se Alguém te Procurar...(Ninguém chega até VOCÊ por acaso)

 

Com frio... É porque você tem o cobertor.
Com alegria... É porque você tem o sorriso.
Com lágrimas... É porque você tem o lenço.
Com versos... É porque você tem a música.
Com dor... É porque você tem o curativo.
Com palavras... É porque você tem a audição.
Com fome... É porque você tem o alimento.
Com beijos... É porque você tem o mel.
Com dúvidas... É porque você tem o caminho.
Com orquestras... É porque você tem a festa.
Com desânimo... É porque você tem o estimulo.
Com fantasias... É porque você tem a realidade.
Com desespero... É porque você tem a Serenidade.
Com entusiasmo... É porque você tem o brilho.
Com segredos... É porque você tem a cumplicidade.
Com tumulto... É porque você tem a calma.
Com confiança... É porque você tem a força.
Com medo... É porque você tem o AMOR!!!


Ninguém chega até VOCÊ por acaso, Em "TUDO" há propósito...
Inclusive em você estar lendo aqui, agora.
Por esta razão e outras, repasse a tantos quanto puder, Afinal...
"Você pode até não ser ninguém para este mundo,
mas é o mundo para alguém . .

Fábula:Dois Remos …(É preciso Acreditar)

 

"Um viajante ia caminhando às margens de um grande rio. Seu objetivo era chegar à outra margem. Suspirou profundamente enquanto tentava fixar o olhar no horizonte. A voz de um homem de idade, um barqueiro, quebrou o silêncio, oferecendo-se para transportá-lo.
O pequeno barco envelhecido era provido de dois remos de carvalho. Logo os seus olhos perceberam o que pareciam ser letras em cada remo. Ao colocar os pés dentro do barco o viajante observou que eram duas palavras. Num dos remos estava escrito Acreditar e no outro Agir.
Curioso, o viajante perguntou a razão daquelas palavras nos remos. O barqueiro então pegou o remo chamado Acreditar e começou a remar. O barco começou a dar voltas sem sair do lugar em que estava. Em seguida, pegou o remo chamado Agir e começou a remar. Novamente o barco girou em sentido oposto, sem ir adiante.
Finalmente o velho barqueiro, segurando os dois remos, remou com eles simultaneamente, e o barco, então, impulsionado por ambos os lados, navegou através das águas, chegando ao outro lado do rio.
Então, o barqueiro disse ao viajante:
— Este porto se chama autoconfiança. É preciso Acreditar e também Agir para que possamos alcançá-lo". (Autor desconhecido)

Fábula: O agricultor(depende de cada um)

 

Havia uma fazenda onde os trabalhadores viviam tristes e isolados uns dos outros.
Eles estendiam suas roupas surradas no varal e alimentavam seus magros cães com o pouco que sobrava das refeições. Todos que viviam ali trabalhavam na roça do senhor João, dono de muitas terras, que exigia trabalho duro, pagando muito pouco por isso. Um dia, chegou ali um novo empregado, cujo apelido era Zé alegria.
Era um jovem agricultor em busca de trabalho.
Foi admitido e recebeu, como todos, uma velha casa onde iria morar enquanto trabalhasse ali.
O jovem, vendo aquela casa suja e abandonada, resolveu dar-lhe vida nova.
Cuidou da limpeza e, em suas horas vagas, lixou e pintou as paredes com cores alegres e brilhantes, além de plantar flores no jardim e nos vasos.
Aquela casa limpa e arrumada destacava-se das demais e chamava a atenção de todos que por ali passavam.
Ele sempre trabalhava alegre e feliz na fazenda, por isso tinha o apelido de Zé alegria.
Os outros trabalhadores lhe perguntavam:
como você consegue trabalhar feliz e sempre cantando com o pouco dinheiro que ganhamos?
O jovem olhou para os amigos e disse: bem, este trabalho hoje é tudo que eu tenho.
Ao invés de blasfemar e reclamar, prefiro agradecer por ele.
Quando aceitei trabalhar aqui, sabia das condições.
Não é justo que agora que estou aqui, fique reclamando.
Farei com capricho e amor aquilo que aceitei fazer.
Os outros, que acreditavam ser vítimas das circunstâncias, abandonados pelo destino, o olhavam admirados e comentavam entre si: como ele pode pensar assim?
O entusiasmo do rapaz, em pouco tempo, chamou a atenção do fazendeiro, que passou a observá-lo à distância.
Um dia o sr. João pensou: alguém que cuida com tanto carinho da casa que emprestei, cuidará com o mesmo capricho da minha fazenda.
Ele é o único aqui que pensa como eu. Estou velho e preciso de alguém que me ajude na administração da fazenda. Num final de tarde, foi até a casa do rapaz e, após tomar um café bem fresquinho, ofereceu ao jovem o cargo de administrador da fazenda. O rapaz aceitou prontamente. Seus amigos agricultores novamente foram lhe perguntar:
O que faz algumas pessoas serem bem sucedidas e outras não?
A resposta do jovem veio logo:
Em minhas andanças, meus amigos, eu aprendi muito e o principal é que: não somos vítimas do destino.
Existe em nós a capacidade de realizar e dar vida nova a tudo que nos cerca. E isso depende de cada um.
Pense nisso!

Fábula:O Oleiro e o poeta(Respeito e colaboração)

 

Há muito tempo, em uma cidade; ocorreu uma rixa entre um jovem poeta, de nome Fauzi, e um oleiro, chamado Nagib.
Para evitar que o tumulto se agravasse, eles foram levados à presença do juiz do lugarejo.
O juiz, homem íntegro e bondoso, interrogou primeiramente o oleiro, que parecia muito exaltado.
"Disseram-me que você foi agredido? Isso é verdade?"
"Sim, senhor juiz." - confirmou o oleiro - "fui agredido em minha própria casa por este poeta. Eu estava, como de costume, trabalhando em minha oficina, quando ouvi um ruído e a seguir um baque.
Quando fui à janela pude constatar que o poeta Fauzi havia atirado com violência uma pedra, que partiu um dos vasos que estava a secar perto da porta.
Exijo uma indenização!" - gritava o oleiro.
O juiz voltou-se para o poeta e perguntou-lhe serenamente: "Como justifica o seu estranho proceder?"
"Senhor juiz, o caso é simples." - disse o poeta.
"Há três dias eu passava pela frente da casa do oleiro Nagib, quando percebi que ele declamava um dos meus poemas.
Notei com tristeza que os versos estavam errados. Meus poemas eram mutilados pelo oleiro.
Aproximei-me dele e ensinei-lhe a declamá-los da forma certa, o que ele fez sem grande dificuldade.
No dia seguinte, passei pelo mesmo lugar e ouvi novamente o oleiro a repetir os mesmos versos de forma errada.
Cheio de paciência tornei a ensinar-lhe a maneira correta e pedi-lhe que não tornasse a deturpá-los.
Hoje, finalmente, eu regressava do trabalho quando, ao passar diante da casa do oleiro, percebi que ele declamava minha poesia estropiando as rimas e mutilando vergonhosamente os versos.
Não me contive.

Apanhei uma pedra e parti com ela um de seus vasos. Como vê, meu comportamento nada mais é do que uma represália pela conduta do oleiro."
Ao ouvir as alegações do poeta, o juiz dirigiu-se ao oleiro e declarou: "que esse caso, Nagib, sirva de lição para o futuro.
Procure respeitar as obras alheias a fim de que os outros artistas respeitem as suas.
Se você equivocadamente julgava-se no direito de quebrar o verso do poeta, achou-se também o poeta egoisticamente no direito de quebrar o seu vaso."
E a sentença foi a seguinte: "determino que o oleiro Nagib fabrique um novo vaso de linhas perfeitas e cores harmoniosas, no qual o poeta Fauzi escreverá um de seus lindos versos.
Esse vaso será vendido em leilão e a importância obtida pela venda deverá ser dividida em partes iguais entre ambos." A notícia sobre a forma inesperada como o sábio juiz resolveu a disputa espalhou-se rapidamente. Foram vendidos muitos vasos feitos por Nagib adornados com os versos do poeta. Em pouco tempo Nagib e Fauzi prosperaram muito.
Tornaram-se amigos e cada qual passou a respeitar e a admirar o trabalho do outro.
O oleiro mostrava-se arrebatado ao ouvir os versos do poeta, enquanto o poeta encantava-se com os vasos admiráveis do oleiro.
Cada ser tem uma função específica a desenvolver perante a sociedade. Por isso, há grande diversidade de aptidões e de talentos.
Respeitar o trabalho e a capacidade de cada um possibilita-nos aprender sobre o que não conhecemos e aprimorar nossas próprias atividades.
Respeito e colaboração são ferramentas valiosas para o desenvolvimento individual e coletivo.

Olimpíadas de seattle

 

Há alguns anos atrás, nas Olimpíadas Especiais de Seattle, nove participantes, todos com deficiência mental ou física, alinharam-se para largada da corrida dos 100 metros rasos.
Ao sinal, todos partiram, não exatamente em disparada, mas com vontade de dar o melhor de si, terminar a corrida e ganhar.
Todos, com exceção de um garoto, que tropeçou no asfalto, caiu rolando e começou a chorar.
Os outros oito ouviram o choro. Diminuíram o passo e olharam para trás. Então eles viraram e voltaram. Todos eles.
Uma das meninas, com Síndrome de Down, ajoelhou, deu um beijo no garoto e disse: "Pronto, agora vai sarar".
E todos os nove competidores deram os braços e andaram juntos até a linha de chegada.
O estádio inteiro levantou e os aplausos duraram muitos minutos. E as pessoas que estavam ali, naquele dia, continuam repetindo essa história até hoje.
Talvez os atletas fossem deficientes mentais... Mas, com certeza, não eram deficientes da sensibilidade... Por que? Porque, lá no fundo, todos nós sabemos que o que importa nesta vida é mais do que ganhar sozinho.
O que importa nesta vida é ajudar os outros a vencer, mesmo que isso signifique diminuir o passo e mudar de curso.

Fábula: Folha amassada(Seremos sempre responsáveis pelos nossos atos.)

 

Quando eu era criança, por causa do meu caráter impulsivo, tinha raiva de qualquer coisa. Na maioria das vezes, depois desses incidentes me sentia envergonhada me esforçava para consolar a quem eu tinha magoado.
Um dia , minha professora me viu pedindo desculpas, depois de uma explosão de raiva e entregou-me uma folha de papel lisa e disse:
Amasse-a!
Com medo, obedeci e fiz com ela uma bolinha. A professora me disse novamente: agora deixe-a como estava antes.
Óbvio que não pude deixá-la como antes. Pôr mas que tentasse, o papel continuava cheio de pregas.
A professora me disse: o coração das pessoas é como esse papel. A impressão que neles deixamos será tão difícil de apagar como esses amassados. Assim, aprendi a ser mas compreensiva e mais paciente.
Quando sinto vontade de estourar, lembro daquele papel amassado. A impressão que deixamos nas pessoas é impossível de apagar. Quando magoamos alguém com nossas ações ou com nossas palavras, logo queremos consertar o erro, mas é tarde demais....
Alguém já me disse uma vez: "fale somente quando suas palavras possam ser tão suave como o silêncio. Mas não deixe de falar, por medo da reação do outro.
Acredite, principalmente em seus sentimentos!
Seremos sempre responsáveis pelos nossos atos.

O Vinho e a água

Nos Alpes Italianos existia um pequeno vilarejo que se dedicava ao cultivo de uvas para produção de vinho.
Uma vez por ano, acontecia uma grande festa para comemorar o sucesso da colheita.
Nos Alpes Italianos existia um pequeno vilarejo que se dedicava ao cultivo de uvas para produção de vinho.
Uma vez por ano, acontecia uma grande festa para comemorar o sucesso da colheita.
A tradição exigia que nessa festa cada morador do vilarejo Trouxesse uma garrafa do seu melhor vinho, para colocar dentro de um grande barril, que ficava na praça central.
Um dos moradores pensou: "Porque deverei levar uma garrafa do meu mais puro vinho? Levarei água, pois no meio de tanto vinho o meu não fará falta." Assim pensou e assim fez.
Conforme o costume, em determinado momento, todos se reuniram na praça, cada um com sua caneca para provar aquele vinho, cuja fama se estendia muito além das fronteiras do país.
Contudo, ao abrir a torneira, um absoluto silêncio tomou conta da multidão.

Do barril saiu ... água!
"A ausência da minha parte não fará falta." foi o pensamento de cada um dos produtores...
Muitas vezes somos conduzidos a pensar "Tantas pessoas existem neste mundo! Se eu não fizer a minha parte, isto não terá importância."
... e vamos todos beber água em todas as festas, não?!?!

A breve História do Cristianismo

O cristianismo é uma das chamadas grandes religiões. Tem aproximadamente 1,9 bilhão de seguidores em todo o mundo, incluindo católicos, ortodoxos e protestantes. Cristianismo  vem da palavra Cristo, que significa messias, pessoa consagrada, ungida. Do hebraico mashiah (o salvador) foi traduzida para o grego como khristos e para o latim como christus.
A doutrina do cristianismo baseia-se na crença de que todo o ser humano é eterno, a exemplo de Cristo, que ressuscitou após sua morte. A fé cristã ensina que a vida presente é uma caminhada e que a morte é uma passagem para uma vida eterna e feliz para todos os que seguirem os ensinamentos de Cristo.
Os ensinamentos estão contidos exclusivamente na Bíblia, dividida entre o Antigo e o Novo Testamento.
O Antigo Testamento trata da lei judaica, ou Torah. Começa com relatos da criação e é todo permeado pela promessa de que Deus, revelado a Abraão, a Moisés e aos profetas enviaria à Terra seu próprio filho como Messias, o salvador.
O Novo Testamento contém os ensinamentos de Cristo, escritos por seus seguidores. Os principais são os quatro evangelhos ("mensagem", "boa nova"), escritas pelos apóstolos Mateus, Marcos, Lucas e João. Também inclui os Atos dos Apóstolos (cartas e ensinamentos que foram passados de boca em boca no início da era cristã, com destaque para as cartas de Paulo) e o Apocalipse.
O nascimento do cristianismo se confunde com a história do império romano e com a história do povo judeu. Na sua origem, o cristianismo foi apontado como uma seita surgida do judaísmo e terrivelmente perseguida.
Quando Jesus Cristo nasceu, por volta do ano 4 AC, na pequena cidade de Belém, próxima a Jerusalém, os romanos dominavam a Palestina. Os judeus viviam sob a administração de governadores romanos e, por isso, aspiravam pela chegado do Messias (criam que seria um grande homem de guerra e que governaria politicamente), apontado na Torá (VT)como o enviado que os libertaria da dominação romana.
Até os 30 anos Jesus viveu anônimo em Nazaré, cidade situada no norte do atual Israel. Aos 33 anos seria crucificado em Jerusalém e ressuscitaria três dias depois. Em pouco tempo, aproximadamente três anos, reuniu seguidores (os 12 apóstolos) e percorreu a região pregando sua doutrina e fazendo milagres, como ressuscitar pessoas mortas e curar cegos, logo tornou-se conhecido de todos e grandes multidões o seguiam.
Mas, para as autoridades religiosas judaicas ele era um blasfemo, pois autodenominava-se o Messias. Não tinha aparência e poder para ser o o líder que libertaria a região da dominação romana. Ele apenas pregava paz, amor ao próximo. Para os romanos, era um agitador popular.
Após ser preso e morto, a tendência era de que seus seguidores se dispersassem e seus ensinamentos fossem esquecidos. Ocorreu o contrário. É justamente nesse fato que se assenta a fé cristã. Como haviam antecipado os profetas no Antigo Testamento, Cristo ressuscitou, apareceu a seus apóstolos (Apóstolo quer dizer enviado.) que estavam escondidos e ordenou que se espalhassem pelo mundo pregando sua mensagem de amor, paz, restauração e salvação.

O cristianismo firmou-se como uma religião de origem divina. Seu fundador era o próprio filho de Deus, enviado como salvador e construtor da história junto com o homem. Ser cristão, portanto, seria engajar-se na obra redentora de Cristo, tendo como base a fé em seus ensinamentos.
Rapidamente, a doutrina cristã se espalhou pela região do Mediterrâneo e chegou ao coração do império romano.

A difusão do cristianismo pela Grécia e Ásia Menor foi obra especialmente do apóstolo Paulo, que não era um dos 12 e teria sido chamado para a missão pelo próprio Jesus. As comunidades cristãs se multiplicaram. Surgiram rivalidades. Em Roma, muitos cristãos foram transformados em mártires, comidos por leões em espetáculos no Coliseu, como alvos da ira de imperadores atacados por corrupção e devassidão.
Em 313, o imperador Constantino se converteu ao cristianismo e concedeu liberdade de culto, o que facilitou a expansão da doutrina por todo o império. Antes de Constantino, as reuniões ocorriam em subterrâneos, as famosas catacumbas que até hoje podem ser visitadas em Roma.
O cristianismo, mesmo firmando-se como de origem divina, é, como qualquer religião, praticado por seres humanos com liberdade de pensamento e diferentes formas de pensar.
Desvios de percurso e situações históricas determinaram os rachas que dividiram o cristianismo em várias confissões (as principais são as dos católicos, protestantes e ortodoxos).
O primeiro grande racha veio em 1054, quando o patriarca de Constantinopla, Miguel Keroularios, rompeu com o papa, separando do cristianismo controlado por Roma as igrejas orientais, ditas ortodoxas. Bizâncio e depois Constantinopla (a Istambul de hoje, na Turquia), seria até 1453 a capital do império romano do Oriente, ou Império Bizantino.
O império romano do Ocidente já havia caído muito tempo antes, em 476, marcando o início da Idade Média. E foi justamente na chamada Idade Média, ainda hoje um dos períodos mais obscuros da história, que o cristianismo enfrentou seus maiores desafios, produzindo acertos e erros.
Essa caminhada culminou com o segundo grande racha, a partir de 1517. O teólogo alemão Martinho Lutero, membro da ordem religiosa dos Agostinianos, revoltou-se contra a prática da venda de indulgências e passou a defender a tese de que o homem somente se salva pela fé.
Lutero é excomungado e funda a Igreja Luterana. Não reconhece a autoridade papal, nega o culto aos santos e acaba com a confissão obrigatória e o celibato dos padres e religiosos. Mas mantém os sacramentos do batismo e da eucaristia.
Mais tarde, a chamada Reforma Protestante deu origem a outras inúmeras igrejas cristãs, cada uma com diferentes interpretações de passagens bíblicas ou de ensinamentos de Cristo.Outras levantadas pelo próprio Espírito Santo, dão continuidade aos propósito do Senhor Deus.

UMA VIAGEM PELA MENTE DE PAULO

Acho que já deu para todo mundo notar que eu não concordo com Friedrich Nietzsche quando acusa Paulo de ser o fundador do “Cristianismo”. A Basílica é de São Pedro, não de São Paulo!

Paulo perdeu a “parada” na construção do “Cristianismo” simplesmente porque o que Paulo discerniu, creu, ensinou e praticou, jamais criaria um “Cristianismo”, mas tão somente igrejas que se amavam, se correspondiam, se comunicavam, e se sentiam parte do Corpo Universal de Cristo.

Essas igrejas não deixavam de ser o que eram e nem as pessoas quem eram nas circunstancias de suas vidas e culturas, visto que não haveria nunca nenhum poder humano, central ou regional, que fizesse ninguém dominar sobre ninguém, ditando ensinos de homens e revelações do ego, pois, Cristo é o Cabeça do corpo e Nele temos o Amém de Deus—conforme Paulo!
Além disso, não haveria uma profissão teológica a ser buscada e nem um status profético de detentor de novas revelações a ser alcançado, pois, em Cristo, todos os tesouros da sabedoria e do conhecimento já haviam sido revelados.

O apostolo também cria que o mistério desse crer e saber geraria um sentir de almas unidas no amor de Cristo. E, assim, o mundo veria a presença do reino de Deus.
Ele também cria que esse testemunho tinha que ser dado dentro do contexto onde a Palavra estava sendo anunciada. Assim, para os judeus ele era escândalo entre os gentios!
Para os gentios ele não era um escândalo entre os judeus, quando raspou a cabeça, tomando voto. Afinal, quando alguém faz parte de uma cultura onde a revelação se originou, pode passar a pensar que sua cultura e sua história são santos também. E os que souberam depois—os gentios, no caso—sentem-se privilegiados em poder ter algum contato com a “cultura original”, como o fazem os católicos e evangélicos quando beijam o chão de Israel!

Hoje a exemplificação também vem dos novos convertidos evangélicos que recebem a Jesus e tem que "engolir" o pacote como se tudo fosse o evangelho, até o jeito de falar ou vestir!
O engando é pensar que quem chegou antes já discerniu mais. Paulo nuca creu nisso. Por isso mesmo botou Pedro sob a Graça e enfrentou tudo e todos pela verdade do Evangelho.
Nisto ele também se gloriava.
Dois mil anos depois...

Já para nós, em certas coisas, temas e circunstancias da vida, Paulo parece um pouco de menos para os liberais e um pouco demais para os conservadores—e nada para os neopentecostais!
Para nós Paulo é tão demais ainda que o “demais” de Paulo, pouca gente tem enxergado.
E Paulo apesar de saber que era demais, era para si mesmo tão de menos, que nunca pensou que sua pessoa fosse ficar nada além do que nele se via e dele se ouvia!
Mas a mediocridade se aferra às circunstancialidades do “aplicativo” do Princípio da Palavra em Paulo e não cresce no Principio da Palavra a fim de fazer seu “aplicativo” no momento histórico em que se está vivendo.
Assim, o Universal em Paulo se reduz a slogans e o “aplicativo circunstancial” se transforma é “principio universal”.

Alguns exemplos.

Primeiro os slogans que sobraram:

Pela Graça sois salvos!—para os Reformados.

Não me envergonho do Evangelho!—para os Missionários.

Já não sou eu quem vive, mas Cristo vive em mim!—para os Santificados.

Dou Graças a Deus porque falo em línguas mais do que todos vós!—para os Carismáticos.

Tudo é vosso!—para os liberais.

Todas as coisas são puras para os puros!—para quem gosta daquilo que a maioria diz não poder ou gostar.

Não é bom para o homem o comer com escândalo!—para quem anda doido para fazer alguma coisa e tenta se controlar.

O bispo seja marido de uma só mulher!—para aquele que tem um medo horrível de gostar tanto de pregar quanto gosta de mulher.

O bispo governe bem a sua própria casa!—para o líder que acha que consegue manter os filhos escondendo bem seus próprios corações.

Há muitos outros slogans!

Outro dia eu volto a eles.

Agora os aplicativos.

Ora, os aplicativos são tantos que eu vou deixar a expansão deles para outra hora. Aqui vou apenas dar alguns poucos exemplos.
Vejamos:

O bispo seja marido de uma só mulher!—porque no principio Deus criou Adão e Eva, não Adão e suas mulheres. No entanto, Adão caiu e o mundo de Paulo não era o jardim do Éden.

Portanto, a fim de que o Evangelho fosse boa notícia para todos—incluindo os que tinham mais de uma esposa ou mulher quando conheceram a Palavra—, Paulo recomenda que o bispo seja o referencial desse novo modelo.
Afinal, não há homem nem mulher (Gl 3:28).
E o homem que não quiser sua mulher pensando como ele, que pense como ela.
E assim, haverá igualdade.
Mas o mundo é caído!
Cada geração tem que entender e saber recomeçar sem negociar com o Princípio da Palavra.
O aplicativo carrega o Princípio, mas não pode ser instituído como forma.

Mais algumas acusações feitas ao irmão Paulo.

Ele é acusado de ter inventado o “bispo” (que era bispo de casas de fraternidade, o outro nome é igreja, e não essa figura estereotipada de hoje), a “hierarquia” (que era orgânica e não funcional), o “silencio das mulheres” (que era cultural), o tom agressivo (que era o mínimo que ele poderia fazer considerando a dor das circunstancias), a lógica na argumentação (porque ele era inteligentíssimo), a independência excessiva (porque ele cria, não duvidava e não tinha medo), etc...

Para mim, sinceramente, ele é o homem que discerniu e explicou a razão da esperança melhor que ninguém. Isso ninguém pode negar!

Mas se Paulo tivesse sido entendido nos Princípios Essenciais da revelação que transmitia, a história teria sido possivelmente outra, em razão de que a essência do que Paulo ensinou não criaria o que o “Cristianismo” se tornou, em qualquer de suas variáveis.

Perfeito nunca seria—somos caídos e Paulo se considerava o principal entre os pecadores—, mas seria muito mais revolucionário!

E não haveria uma Basílica que representasse o Templo de Jerusalém sendo erguida em nome da fé em Jesus!
Mas também não haveria o Protestantismo.

Paulo não era um protestante, ele era um inconformista.

Ele jamais proporia uma Reforma. Ele cria em subversão, em revolução permanente, em nunca se conformar com este século e suas produções, ainda que teológicas.

A fé de Paulo estaria em permanente estado de crescimento: tanto no conhecimento de Deus, como em auto-percepção e em discernimento da natureza humana--e também da natureza!
O que a gente não entende quando lê a Palavra em Paulo é que ali há a revelação eterna, e que ela está sendo enviada ignorantemente —como convém à piedade—na forma de cartas para pessoas que se reuniam em casas, e que tinham nomes semelhantes a Fernando, Mara, Suzana, Antônio e Suzane, Maria Helena, Alfredo, Sergio e Débora, Raimundo e Murilo.
Ou seja:

Paulo sabia que o que dizia era a Verdade do Evangelho de Cristo. Ele não tem nenhuma dúvida a respeito da revelação recebida.
Quando ditava algo ou escrevia para enviar aos Efésios, Romanos, Filipenses, Coríntios ou qualquer outra cidade, poderia também ser Rio de Janeiro, São Pedro, Curitiba, Teresina e Sobral do Ceará.
Ele era responsável eternamente pelo que ensinava acerca do Evangelho e, ao mesmo tempo, completamente solidário e participe do momento e das circunstancias das vidas de seus ouvintes.
Ele sabia que o que dizia era o Evangelho e que o Evangelho não era nada mais nem menos que aquilo.
Ele só não sabia era que sua “correspondência” iria ser lida durante dois mil anos, todos os dias—especialmente aos domingos—, por milhões, bilhões de seres humanos, e que essas pessoas iriam pensar que todas as soluções imediatas que ele, Paulo, buscava alcançar no “aplicativo” do Principio Universal do Evangelho, iriam se transformar em “conteúdo fixo” do evangelho, e que viria a ser ensinado como “mandamento para todas as culturas dos gentios da terra”.
Logo ele? que lutou contra isso o tempo todo? tendo feito mais inimizades por causa disso do que por qualquer outra razão entre os judeus ou entre os cristãos judaizantes!?

Não!

Paulo jamais gostaria que o carioca fosse como os gregos e pernambucanos como os holandeses, e os paulistas como italianos!
Paulo estabeleceu os Pontos Ômega e fez aplicação circunstancializada dos Princípios, conforme o aplicativo pertinente ao contexto.
Aquelas coisas eram importantes naquela hora, mas não dava para comparar com Bem do Evangelho.
E, à semelhança dele, Paulo cria que cada geração iria ter que reconhecer também, como ele mesmo pediu a Timóteo que o fizesse—em suas ações, atitudes, amor, longanimidade, fé, pureza, saber, e também pelas armas da justiça, quer ofensivas, quer defensivas; por boa fama e por desonra; como quem morre, mas eis que vivo está!—, o significado de crer no Evangelho de Jesus!

“Em Cristo não há homem, nem mulher; nem escravo, nem liberto; nem judeu, nem grego”—foi o que ele disse.

Isto é Universal.

É! em Cristo!

Voltamos dois mil anos...
Havia um monte de gente vivendo em Corinto.
A cidade era portuária e o verbo corintianizar era sinônimo de tudo o que os cariocas são no imaginário universal: o povo da boa vida, do prazer e do momento de alegria.
Em Corinto as prostitutas cultuais desciam da Acrocorinto com o rosto nu e as roupas apenas em suficiência para aumentar a sedução.
Uma mulher que tivesse marido e fosse fiel a ele deveria se diferenciar desse paradigma com “autoridade”—e a expressão simbólica da mulher que não gosta que fiquem gritando nas costas “sua gostosa!”, naquela época, era botar o véu sobre a face.
Se no Brasil esse sinal fosse respeitado, muitas mulheres usariam véu, se a percepção cultural das pessoas fosse idêntica.
Naquele tempo o véu era o sinal vermelho para qualquer pretensão.
Hoje se puser o véu a “rapaziada” arranca e se não ouvir um sonoro “me deixa em paz”, nem sempre desiste.
O problema é que em Corinto se o que funcionasse fosse o “me deixa em paz”, Paulo iria dizer:
“Irmãs, diferenciem-se, numa circunstancia dessa, dizendo “me deixe em paz”.
Mas era o véu que respeitavam.
E respeitavam-no porque aquela mulher tinha “dono”.
Era a percepção “para fora”.
Para o lado de “dentro” Paulo diz que o “dono” daquela mulher não deveria fazê-la sua propriedade a fim de
abusar dela.
Afinal, a mulher saiu do homem, mas o homem nasce de mulher.
E assim como o homem é a gloria de Deus, assim também a mulher é a gloria do homem!
E olhe que para Paulo a palavra gloria significava gloria!
(Falaremos disso noutra ocasião).

Resumindo:

Coisas do dia a dia se transformaram em lei de conduta entre os cristãos.
E nas cartas inspiradas enviadas aos amigos e irmãos da comunidade, até os nomes das pessoas mencionadas são vistos como especialmente eleitos como santos e parte da revelação.
Essas pequeninas coisas é que obscurecem as Universais!
Sabe o que é isso?
É nunca ter entendido a Palavra.
Paulo mesmo disse que a letra mata--até mesmo nas cartas de Paulo!
Quem já conheceu o irmão Paulo não fica mais com esse problema.
Sabe que Paulo era absolutamente certo de ter crido e processado a Palavra da Verdade da Graça de Deus revelada em Seu Filho Jesus Cristo.
Sabe que tudo isso é decisão de Deus.
É mistério.
Cristo é a Revelação.
O Evangelho é a Boa Noticia, mas não se encerra numa única explicação cultural. Não se deixa prender nem por judeus, nem por gregos, nem por americanos, ingleses, brasileiros ou até mesmo argentinos (o “até mesmo” revela meu mergulho no momento histórico emocional brasileiro de fazer piadas com argentinos).

Certo?

O que fazer então?

Bem, vou parar por aqui.

Já escrevi demais por hoje.

sexta-feira, 19 de março de 2010

Vivendo como se já fosse real

 

Hoje eu iria falar sobre o Corpo de Cristo conforme Paulo.
Mas decidi mudar o tema.
Coisas de coração que divaga cheio...
Então vou falar sobre o equilíbrio do apocalipticismo existencial de Paulo.
A percepção vem da síntese que ele faz entre a intensidade apocalíptica e a serenidade da paz de que em Cristo tudo agora é espera, pois, tudo já está feito.
Paulo era um ente apocalíptico.
Ninguém vive a experiência que ele viveu na estrada de Damasco e continua pensando em criar galinha.
Nem tampouco se dedica a plantar carvalhos.
Nada contra as duas honrosas atividades mencionadas.
A única coisa que estou dizendo é que Paulo cria que Jesus estava tão vivo e falara e falava com ele tão profundamente na consciência, que já não lhe era possível viver de nada que não fosse fazer tendas.
Ou seja: daquilo que é fixamente nômade.
Fixara-se em fazer tendas, pois se pode fazer tendas enquanto se viaja.
Quem faz tendas não habita castelos.
É hebreu--aquele que cruza, que está à caminho de ...
Ele vivia de uma profissão que caracterizava de modo pratico o nível de desinstalação existencial ao qual o apóstolo se submetera.
E, fazendo tendas, ninguém foi mais pescador de homens do que ele.
Paulo cria que Jesus voltaria logo.
Ele e todos os apóstolos acreditavam que experimentariam a Parousia.
Talvez mais para o final de suas vidas é que tenham se dado conta de que ouviriam o “Vem, servo bom e fiel” não na Terra, mas nas muitas moradas.
O existir de Paulo foi, portanto, movido por uma pulsão apocalíptica.
Os tempos eram difíceis...os dias eram maus...a presente e angustiosa situação...precede a aparição do homem da iniqüidade...portanto, os que compravam não deveriam se sentir donos, os casados não deveriam se sentir casados, os envolvidos com muitos negócios como se não estivessem realizando nada.
Quem não sentisse desejo ou ardência de casar, deveria ficar como ele mesmo estava. Ou seja: livre de mulher.
Os dias se abreviam...vem chegando a hora...o evangelho foi pregado a toda criatura debaixo do sol...agora é aguardar o Senhor Jesus com os anjos do seu poder, tomando vingança contra todos os que não conhecem a Deus e nem obedecem ao evangelho da salvação.
Paulo gostaria de estar vivo para o soar da última trombeta e para o encontro com o Senhor nos ares.
Ele anelava por seu corpo glorificado...quando o mortal seria absorvido pela vida.
O mistério da iniqüidade iria se manifestar...
Jesus destruiria o homem da iniqüidade com o sopro de sua boca e Paulo garantia que em breve Satanás estaria sob nossos pés.
Ora, o homem que tem essa expectativa de realização místico-histórico-sobrenatural é o mesmo que diz que o escrito de dividas que foi pregado na Cruz é o que foi rasgado por Jesus, humilhando e despojando os principados e potestades...e nos livrando de toda culpa.
Ele aguardava vitórias que ele já possuía.
Quer a materialização do já é dele.
Tudo é vosso...e vós de Cristo e Cristo de Deus!
Ele havia morrido crucificado na Cruz com Jesus, havia ressuscitado com Jesus dentre os mortos, havia ascendido aos céus e estava assentado nos lugares celestiais, acima de todo principado e poder—sim, tudo isso em Cristo Jesus.
Já é...e ainda não.
Então, vivamos como se já fosse—pois, já é—e esperemos o que sendo, ainda não se manifestou.
A existência humana do homem Paulo é a síntese cristã mais bela e intensas que eu conheço.

TENTAÇÃO...NA MENTE DE PAULO

Paulo sabia o que era tentação como pouca gente.
E a revelação vem na vida e a vida trás revelação quando a existência é em Cristo e na Palavra.
Assim, a ele foi dado perceber porque ele pode perceber nele mesmo. Ele soube porque sabia e sabia porque soube.
Tentação...
Essa é a palavra mais temida e mais horrivelmente deliciosa e sedutora na psicologia de qualquer idioma.
Tentação é tudo o que não devemos, ou achamos que não deveríamos, ou aquilo que achamos que não deveríamos porque os outros acham que não deveríamos desejar e, também, é aquilo que Deus disse que não é nosso.
Isso na perspectiva psicológica de nossas mentes confusas, caídas e, portanto, misturadas no meio de tudo isso.
A tentação é o que não é nosso.
Ela é apenas tudo o que não sendo meu passa a ser objeto do meu desejo.
Daí haver também aquelas tentações que são permitidas, pois, sem alguma tentação, não há nem mesmo o desejo totalmente livre de alguma forma de admiração que se instalou como vontade de ter, ser ou possuir.
Mesmo marido e mulher precisam manter alguma forma de admiração para que sua relação afetiva possa significar uma boa tentação a ser usufruída.
É pela perda dessa ambivalência que o desejo acaba.
A tentação, portanto, tem muitos lugares e papéis dentro de nós.
Ah! Que tentação!—diz você para você mesmo sempre que queria comer um pouco mais o que gosta e lhe é lícito, mas não deve senão vai engordar.
Nesse caso a tentação é dar a si um prazer que faz mal a você.
Esse exemplo já mostra em si mesmo como a tentação é boa e é má.
Claro. É a Árvore do Conhecimento do Bem e do Mal!
Eles podiam comer de todas as árvores do jardim. Exceto de uma. E foi a única que não podiam, a única que desejaram.
E se o gosto tiver sido horrivelmente gostoso e sublimemente horrível?
Todas as demais árvores do jardim tinham seus próprios gostos. Mas foi única que não podiam, a única a fazer síntese de todas.
Daí o ter-se que viver a experiência da Queda em estado de ambigüidade, o tempo todo—mesmo na virtude.
Aliás, especialmente nas virtudes...
Assim...não é a fartura, mas o proibido aquilo que mais desperta o desejo.
Por essa razão é também que quanto mais Lei, mais cresce o desejo pelo proibido—de acordo com Paulo aos Romanos. Daí, onde superabunda a lei, aí também superabunda o pecado.
É verdade na mesma medida que a proposta é verdadeira: Onde abundou o pecado, superabundou a Graça.
Por isto é que Paulo diz que as tentativas de se reduzir o espaço físico da vida e dos sentidos—o ascetismo...não bebas isto...não toques aquilo... e nem comas aquilo outro...tinha apenas aparência de sabedoria, mas não tinha nenhum poder contra a sensualidade.
Ora, se com uma única proibição se causou tanto estrago—uma única coisa proibida no Éden—, o que não se dizer de um mundo onde tudo é proibido?
E de uma igreja que proíbe quase todas as coisas em nome de Deus?
Ora, aquele era o Jardim do Éden. Esse é o Mundo Que Jaz no Maligno.
Aí a tentação será maior.
Posso lhes garantir que todos nós sabemos que é!
Na mente de Paulo quanto mais lei, mais conhecimento do pecado.
O mundo vai ficando menor que a própria porta estreita, e o ser olha para tudo o mais na existência como tentação e, no fim...se transforma em neurose—no mínimo!
Essa é a minha maneira de dar uma olhadela em Paulo, no seu modo de sentir as coisas em Cristo quando escreveu Romanos, especialmente os capítulos 6 e 7.
Isso era porque hoje eu ia falar do Corpo de Cristo.
Que bom que posso ir falando o que desejo, na seqüência imposta pelo coração, naquele dia, naquela hora...
Eu estava no quarto...senti isso, vim aqui e escrevi.
Vou tentar dar uma corrigida. Confesso que sei que há muitos erros nos textos, e que eu mesmo vejo depois e fico quase envergonhada.
Então, fico nessa luta entre duas coisas boas: escrever bem ou bem escrever.
Caí em tentação: decidi...
É meu direito deixar você decidir se é para você decidir ou não...

O que PAULO faria com UM DESPACHO NA ESQUINA?

 

No que diz respeito às coisas sacrificadas aos ídolos, já sabemos todos o seu significado.
Saber...apenas saber...incha o ser e nada mais.
Somente o amor edifica.
Desse modo, se alguém tem a pretensão de achar que sabe alguma coisa, de fato ainda não aprendeu como convém saber.
O verdadeiro conhecimento vem do amor, pois, se alguém ama a Deus, esse é conhecido por Deus.
Digo isto tudo porque eu sei que todos vocês sabem que comer coisas sacrificadas aos ídolos nada significa. Afinal, sabemos que o ídolo nada é no mundo, e que não há outro Deus, senão um só.
Ainda que haja muitos que se chamem de deuses e senhores ou que assim sejam chamados—seja no céu seja na terra—, todavia, para nós, há um só Deus, o Pai, de quem são todas as coisas e para quem nós vivemos; e um só Senhor, Jesus Cristo, pelo qual existem todas as coisas, e por ele nós também.
Mas isto é o que nós sabemos. Entretanto, nem todos têm esse conhecimento.
Isto digo porque há alguns que, acostumados até agora com a devoção ou temor do ídolo—como se o ídolo de fato tivesse poder—, comem coisas sacrificadas aos ídolos como se o ato de comer significasse algo espiritualmente significativo.
Desse modo, quando comem, sua consciência, sendo ainda fraca e ignorante, contaminam-se em razão do próprio significado que atribuem àquilo que, em si mesmo, não é nada.
As coisas ganham o significado que nossa consciência atribui a elas!
Todavia, não é a comida que nos há de recomendar a Deus; pois não ficamos piores se não comermos, nem ficamos melhores se comermos.
Portanto, não estamos falando do que é em si, mas daquilo que as coisas se tornam, em razão da projeção de valor à elas atribuído.
Desse modo, vejam atentamente que a liberdade de vocês—fruto do saber verdadeiro—, não venha a ser motivo de tropeço para os fracos.
Ou seja: para aqueles que ainda olham para a comida sacrificada ao ídolo ou para o próprio ídolo, como se a "coisa" tivesse em si algum valor ou poder.
Assim, se um desses supersticiosos vir você, que tem “ciência”, reclinado tranqüilamente comendo à volta de uma mesa num templo de um ídolo, poderá pensar que você está ali atribuindo culto e valor àquilo que para você não tem nenhum valor—e, assim, poderá ser induzido pela sua liberdade, a comer com a consciência fraca e supersticiosa as coisas sacrificadas aos ídolos...como se a sua presença ali avalizasse também o ato dele.

Não é, porventura, assim que “eles” interpretariam sua presença no lugar?

Desse modo, ironicamente, pelo saber e pela liberdade que você já adquiriu, alguém que ainda está na ignorância pode vir a sucumbir à superstição.

Assim, por causa da “ciência” que você possui alguém poderá perecer...aquele que é fraco, o teu irmão por quem Cristo morreu!

Ora, pecando assim contra os irmãos, e ferindo-lhes a consciência ainda débil e fraca, vocês estão pecando contra Cristo.

Dessa forma, o que se deve saber é o seguinte:

O ídolo não é nada para você em razão de você já saber que ele não é nada mesmo.
Sozinho você comer onde e o quê bem desejar—ou em companhia de pessoas maduras!

No entanto, se a comida fizer tropeçar a meu irmão, nunca mais comerei em sua presença nada que o faça tropeçar, isto porque não quero servir de tropeço à consciência fraca de meus irmãos...que ainda não discerniram a grandeza da liberdade que em Cristo eu tenho.

De minha parte não quero jamais induzir meu irmão ao engano simplesmente por não carregar em mim uma consciência que antes de tudo saiba saber no amor.

EM PARCERIA COM PAULO

Pregar as boas novas!

Há algo mais profundo e essencial que isto?

E alguém pergunta: por que?

Ora, assim o fiz para que a fé de vocês não se apoiasse na sabedoria dos homens, mas no poder de Deus.

Na verdade, entre os experimentados e maduros na consciência e no conhecimento da Graça de Deus, falamos com simplicidade, porém não nos eximimos de demonstrar a profundidade da sabedoria.
Todavia, mesmo entre esses, não usamos da sabedoria deste mundo, nem dos saberes que impressionam aos poderosos e aos intelectuais deste mundo, que sempre estão sendo reduzidos a nada pela sua própria presunção. Daí o mudarem tanto e sempre de opinião sobre tudo, conforme as modas do saber.
Ora, mesmo entre os que já não são meninos na fé, falamos a sabedoria de Deus em mistério, que esteve oculta, a qual Deus preordenou antes do Tempo para nossa glória.
Essa sabedoria de Deus não nos veio por filósofos, mestres ou por entendidos—pois nenhum dos “príncipes” deste mundo a compreendeu, porque se a tivessem compreendido, não teriam crucificado o Senhor da glória!
Ao contrário, os que se julgam “entendidos” jamais poderiam por seus próprios recursos humanos atingir o que nos foi revelado.
Isto porque está escrito:
As coisas que olhos não viram, nem ouvidos ouviram, nem penetraram o coração do homem, são as que Deus preparou para os que o amam.

E como então ficamos sabendo delas?
É que Deus no-las revelou pelo Seu próprio Espírito!
É o Espírito quem esquadrinha todas as coisas, até mesmos as profundezas de Deus.
E para compreendermos que não se pode entender nada espiritual por conta própria, basta que se considere o seguinte:
Qual dos homens entende as coisas do homem, senão o espírito do homem que nele está?
Ora, assim também as coisas de Deus, ninguém as compreendeu, senão o Espírito de Deus.

Se só o homem pode saber de seu próprio interior...quem poderá saber do interior de Deus se não o próprio Espírito de Deus?
Ora, nós não temos recebido o espírito do mundo...com as variações de sabedoria que se alternam com as modas, os costumes, os tempos, os poderes, as dominações políticas e econômicas e, nem tampouco, conforme a “última descoberta”.
Pelo contrário: tudo o que recebemos provém de Deus e nos foi revelado pelo Seu Espírito, a fim de compreendermos pela Graça que as coisas de Deus nos foram dadas gratuitamente pelo próprio Deus.
Portanto, é dessas coisas que falamos, não com palavras ensinadas pela sabedoria humana, mas com palavras e conteúdos ensinados pelo Espírito Santo.
E não esqueçamos: sempre comparando coisas espirituais com coisas espirituais.
O que todos devemos saber é que o Homem Psychikos não aceita as coisas do Espírito de Deus, pois como ele é no máximo uma “alma” desenvolvida, a revelação ainda não o alcança, sendo-lhe, portanto, loucura.
Apenas pela evolução da psique não se pode entender as coisas que se discernem espiritualmente.
Há o Homem Psychikos e há o Homem Pneumatikos!
O primeiro é ainda apenas como Adão, uma alma vivente.
O segundo já foi gerado conforme o segundo Adão, Jesus, o qual é espírito vivificante...e os que dele nasceram não são apenas “almas sensíveis”, mas espíritos que foram vivificados dentre os mortos.
Afinal, Cristo nos deu vida estando nós mortos espiritualmente.
Pelo que se diz:
Desperta, ó tu que dorme.
Levanta-te de entre os mortos.
Cristo de vivificará!

Portanto, uma vez acordados da catalepsia espiritual, deixamos de ser apenas Homo Psychikos e entramos no mundo do Homo Pneumatikos.
Ora, o Homem Pneumatikos é espiritual, por isso a tudo discerne muito bem, enquanto ele mesmo não é discernido por ninguém. Daí ser tão mal compreendido ou mesmo, por muitos, considerado louco.
E, então, alguém pergunta: Por que?
Eu respondo:
É que o Homem Pneumatikos recebeu a revelação do Espírito, pois somente o Espírito de Deus conhece as coisas de Deus, assim como somente o espírito do homem conhece as coisas do próprio homem.
Já o Homem Psychikos conhece pela sua própria sensibilidade apenas aquilo que está disponível aos sentidos.
Ora, o que digo é apenas aquilo que é coerente com Deus. Pois, quem jamais conheceu a mente do Senhor, para que possa instruí-lo?
A maravilha da revelação da Graça de Deus é que gratuitamente nós recebemos, pela fé, o Espírito que inscreve em nós a própria mente de Cristo, que é conforme o Seu Evangelho.
Assim é que deixamos de viver apenas na dimensão da alma e adentramos o mundo do discernimento do espírito.
Nossa conversão em Cristo precisa nos conduzir da condição natural do Homem Psychikos para dimensão do Homem Pneumatikos.
Isto, todavia, só acontece por obra do Espírito Santo, se nos entregarmos à Revelação da Palavra da Graça de Deus.

PAULO, FREUD E OS EVANGÉLICOS.

Paulo é o ser menos estereotipadamente “freudiano” que conheço.
Não transfere a responsabilidade de nada para ninguém que não seja o próprio sujeito.
Nem o diabo leva a culpa. No máximo se aproveita do que lhe é oferecido.
Aliás, em Paulo o diabo não tem tanto Ibope.
Fala dos principados e potestades, mas os põe sob o desprezo oriundo da vitória da Cruz.
E quanto a Satanás...não lhe ignoramos os desígnios.
Para enfrentar os “poderes do mundo invisível” ele oferece sandálias, capacete, escudo, espada, couraça e vestes íntimas...isso no Dia Mal. Mas garante que se houver vigilância em oração é possível permanecer inabalável.
Para ele o grande problema não era o diabo, era o próprio homem. O velho homem, nascido de Adão e as obras de sua própria carne ou corpo de morte.
Ao analisar o problema, ele, entretanto, conclui sempre com a responsabilidade pessoal:
Desventurado homem que sou...
Sou o principal pecador...
O pecado habita em mim...
O bem que prefiro, eu não faço...
O mal que detesto, este mesmo eu faço...
Não há em Paulo nenhuma fixação temática por qualquer pecado “tópico”.
As listas de corrupção do ser que ele apresenta põe todas as coisas no mesmo saco, de inveja e gritarias à feitiçarias e idolatrias—esta última para ele bastante vinculada a avareza.
O pecado habita o ser...e pode se manifestar ou não no fazer...mas mesmo que não apareça, não deixar de ser e estar.
A cura não é mágica. É um processo de confiança em fé na justificação e continua por toda a existência. E não adianta ficar cheio de auto-proibições, tipo: não pegues, não toques, não proves e nem bebas. Tais coisas são só “fachada”, mas não ajudam na luta contra a idolatria dos sentidos, a sensualidade.
Cada um que se julgue, diz ele.
Cada um que se examine, afirma ele.
Todos são indesculpáveis...
Por Adão o pecado entrou no mundo, mas Adão não é o bode expiatório, pois, todos pecaram.
Em Paulo, Adão sou eu...ele era Adão...cada um é Adão.
Adão é a natureza herdada...mas que não se auto-determina fatalistamente pela herança, mas pela confirmação da herança, pois, todos pecaram à semelhança do pecado de Adão.
É porque a culpa é minha que Paulo diz que Só Cristo pode levá-la por mim...e somente Ele pagou o preço...e somente Ele poderia pagá-lo.
Não depende de quem quer nem de quem corre...mas cada um veja como anda...não em dissoluções para o ser.
Em contra partida...
Os evangélicos são os seres mais "freudianos" que conheço: "transferem" sempre a responsabilidade de tudo para o diabo e “só pensam naquilo”.
Para os evangélicos o diabo é o responsável por só se pensar em sexo.
Aliás, o único pecado que existe na culposa e neurótica consciência “cristã” é o pecado sexual. O resto pode...pode-se tudo...desde que não seja sexual o que se pode.
Assim, fazem uma remetência de tudo para “aquilo” que se carrega entre as pernas.
Carne, para a maioria dos cristãos, não é maior que o prepúcio ou a genitália--herança judaica!
Nem Freud escapou da herança. Falou como um judeu e um judeu imerso na cultura ocidental...judaico-cristão.
Um chinês não "criaria" uma psicologia "freudiana"...esse "grilo" não habita o inconsciente coletivo e nem a consciência individual dos orientais.
O ocidente é que se "freud"...
Daí Paulo dizer que a fixação judaica na circuncisão era um problema "freudiano". Mas diz: deixem-me fora disto. E afirma que se alguém gosta de circuncisão deve ser por outras razões...ou seja: para se gloriar na carne.
Então diz: Oxalá se castrem a si mesmos—Gálatas, para quem não fez a associação.
E depois os “cristãos” queixam-se de Freud...
Ora, Freud apenas mostrou o nível da nossa fixação neurótica na questão.
Para Freud os mecanismos inconscientes sempre buscam um escape de responsabilização projetada sobre outros—sejam as figuras parentais ou as figuras de autoridade.
Para Paulo, tal consideração não existia como "desculpa". E, o oposto--a tentativa de auto-justificação--somente adoecia ainda mais o ser.
Em Paulo o sexo era apenas aquilo que a gente faz o sexo se "tornar".
É "freud", mas é verdade!
Assim, muita gente se "freud" botando a culpa em Freud.
Paulo, entretanto, não "freud" nada.
Estou convencido de que todas as coisas são puras para os puros—diz ele.
Desse modo, Paulo tira o eixo culposo de fora do ser e o chama para o olhar do ser.
Nada pode ser mais libertador e nem mais revolucionário.
Quem conhece a revelação que Jesus deu a Paulo, não se "freud" pela vida...
E se algo acontecer, a culpa não é de Freud.
A culpa é de quem se "freud" e bota a culpa nele.
A culpa de Paulo era de-si-mesmo...e essa culpa já não era dele, pois Jesus a rasgara na Cruz.
O escrito de dividas fora cancelado e encravado na Cruz!
Assim, os principados e potestades passaram a alimentarem-se apenas de que "se freud" e não por não crer na Cruz...
Em Cristo, não se busca um culpado, mas se expia a culpa.
Cada um que se julgue.
E bem-aventurado é aquele que não se condena naquilo que aprova.
Afinal, tudo o que não provêm de fé é pecado.
Volto amanhã...se Jesus deixar.

Paulo NÃO CONVIVEU, MAS VIVEU.

 

É interessante observar como Paulo fala de Jesus em suas cartas mais do que mesmo os apóstolos que conviveram com Jesus.
Todos falam...
Não sei quem escreveu Hebreus, mas era também alguém “cheio” de Jesus em tudo...como poucos...daí a epístola fazer jus a um autor como Paulo.
João fala do Encontro e de como tudo se fez amor.
Pedro estava preocupado, aflito...precisando corrigir desvios, falou muito de juízo...e temas do gênero em suas duas cartas.
Tiago introduz o tema em Jesus, viaja pela sabedoria de Deus, faz tudo se entremear no espírito de Jesus, mas não tem a fartura de relações explicitas com Jesus que Paulo oferece enquanto escreve.
Judas tratou quase que do mesmo tema de Pedro—na segunda epístola dele—, e, ambos, fizeram uma “síntese” do livro de Enoque—Judas chega a ser explicito.
Paulo não conviveu...mas viveu mais...que qualquer um.
Paulo é a melhor demonstração de que se pode conhecer a Jesus segunda a carne e não ficar impregnado do Espírito Dele.
“Se um dia o conhecemos segundo a carne...já agora não o conhecemos desse modo”.
O contrário ele também prova: pode-se não ter convivido...fisicamente...e ter-se entendido bem melhor.
A história ajuda, mas só a revelação ilumina.
Às vezes, a proximidade mostra a árvore e encobre a floresta.
Cada um viu como viu e amou de todo o coração.
Mas graças a Deus por esse “nascido fora de tempo”, pelo último...o principal dos pecadores...pelo que veio depois de todos...pelo mesmo que não se sentia digno de ser chamado apostolo...pois perseguiu a Igreja de Deus...por isso diz “nada sou...mas a graça não se tornou vã em mim...por isso, sou o que sou...não eu...mas a graça de Deus comigo”.
Assim, a revelação vem sempre de Deus.
E bem-aventurado é aquele que a acolhe e não deixa que ela se torne vã.
História?
É bom...mas a revelação é essencial.
Assim, vejo ótimos professores de história sem revelação e muitos cristãos cheios de revelação, mas que pouco sabem da história.
Paulo fez a síntese de ambas as coisas!
Bem-aventurado seja!

PARA QUEM DESEJA TER SEGURANÇA ESPIRITUAL.

 

Bendito seja o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, o qual nos abençoou com todas as bênçãos espirituais nas regiões celestes em Cristo; como também nos elegeu Nele antes da fundação do mundo; e fez isto com o propósito de sermos santos e irrepreensíveis diante Dele; e em amor nos preestabeleceu para sermos filhos de adoção por Jesus Cristo, para si mesmo, segundo a bondosa soberania de Sua vontade. Sim, Ele fez isto para o louvor da glória da Sua Graça, a qual Ele nos deu gratuitamente no Amado. Nele temos a redenção, pelo seu sangue; a remissão dos nossos delitos, conforme as infindáveis riquezas da sua Graça, que Ele fez abundar para conosco em toda a sabedoria e prudência, fazendo-nos conhecer o mistério da Sua vontade, segundo bondosa soberania de Sua vontade, que foi a de fazer com que em Cristo, na dispensação da plenitude dos tempos, convergissem todas as coisas—tanto as realidades eternas.

E assim se fez Nele; digo, em Quem fomos feitos herança de Deus, havendo sido predestinados conforme o propósito Daquele que faz todas as coisas segundo o conselho da sua vontade. Sim! Ele assim o fez com o fim de sermos para o louvor da Sua glória, nós, os que de antemão cremos em Cristo.

Nele também todos nós, tendo ouvido a Palavra da Verdade, o Evangelho da Salvação, e tendo nele também crido, fomos selados com o Espírito Santo da promessa, o qual é o penhor da nossa herança, para redenção da possessão de Deus: nós! para o louvor da sua glória!

Por isso também eu, tendo ouvido falar da fé que entre vocês há no Senhor Jesus; e também tendo ouvido acerca do amor de vocês para com todos os irmãos na esperança, não cesso de dar graças a Deus por cada um de vocês, lembrando-me de todos nas minhas orações, pedindo que o Deus de nosso Senhor Jesus Cristo, o Pai da glória, nos dê o espírito de sabedoria e de revelação no pleno conhecimento de Quem Ele é. Portanto, peço a Ele que sejam iluminados os olhos do coração de cada um, para que cada pessoal saiba qual seja a esperança da sua vocação, e quais as riquezas da glória da herança que para nós existe Nele; e também desejo que todos saibam qual é a suprema grandeza do Seu poder para conosco, os que cremos, segundo a operação da força do seu poder; poder esse que já nos foi qualificado, pois foi por meio dele que Cristo ressuscitou dentre os mortos, e assentou-se à sua direita do Todo-Poderoso, muito acima de todo principado, e autoridade, e poder, e domínio, e de todo nome do qual se possa fazer menção, não só nesta dimensão, na História; mas também em qualquer outra dimensão, tempo o era.

Ora, o poder de Deus sujeitou todas as coisas debaixo dos pés de Jesus; e para ser Cabeça sobre todas as coisas Ele estabeleceu a Sua Igreja, que é o seu Corpo, a plenitude no tempo, Daquele que enche tudo em todas as coisas.

DE QUE TAMANHO ERA O MUNDO DE PAULO?

Deus Em Cristo Reconciliou o Mundo...

Paulo olhava para a Encarnação e via reconciliação.
Aliás, a Encarnação é a reconciliação de todos os impossíveis.
O finito e o infinito se fundiam.
O tempo e a eternidade se encontravam sem explicação.
A material e o imaterial se fizeram uma coisa só.
A carne e o espírito pararam de guerrear.
O Criador se cobriu com a criação.
A semelhança de Deus se mostrou por inteira no homem.
Deus estava em Cristo!
Para Paulo esta era a Gloria!
Ele diz em Romanos 5:11 que, em razão disso, gloriava-se em Deus por nosso Senhor Jesus Cristo, pelo qual agora temos recebido a reconciliação.
Até mesmo os “piores momentos da Encarnação”—a rejeição de Jesus pelos que eram “Seus”—não impediu a Glória da ação reconciliadora de Deus.
Paulo diz em Romanos 11:15 que a rejeição dos judeus pelo Messias se expressou como reconciliação do mundo.
Na Encarnação Deus havia afirmado que todas as coisas provêm de Deus, e que Ele reconciliou consigo mesmo por Cristo, e nos confiou o ministério da reconciliação, conforme II Coríntios 5:18.
E a conclusão dele só poderia ser uma:
A Encarnação afirmava que Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo, não imputando aos homens as suas transgressões.
Em Cristo o mundo estava sendo reconciliado com o Criador, que também é o salvador de todos os homens, mas especialmente dos fiéis.
Assim, Paulo se via como um embaixador que andava pela terra dizendo a todos os homens que agora não precisa mais haver medo de Deus.
Jesus pagou o preço.
Quem crê pode usufruir todo o bem.
A convicção dele era que Deus entregou àqueles que creram o privilégio de anunciar a palavra da reconciliação, conforme II Coríntios 5:19.
Tais palavras não poderiam ser mais amplas e nem mais positivas.
Ele não era portador de más notícias, mas de Boas Novas.
E enquanto o mundo for mundo e a Terra for a Terra, não haverá outro Evangelho a ser anunciado aos homens que possa ser diferente deste e...ainda assim, arrogar-se a auto-denominar-se de Boas Novas.
Deus estava reconciliando o mundo consigo mesmo em Cristo.
Não há nada que ninguém possa fazer para mudar o que já está feito.
Está consumado!
Nenhum concílio humano terá, aos olhos de Deus, a autorização para diminuir o aplicativo de tão grande salvação.
O problema é que o “mundo dos cristãos” é apenas do tamanho do Cristianismo.
Deus, porém, em Cristo, reconciliou consigo mesmo o Mundo.
Amou o Mundo.
Deus Seu Filho pelo Mundo.
Não imputou aos homens as suas culpas.
E nos confiou essa mensagem.
Quem deu autorização para quem quer que seja tornar a Graça de Deus menor do que ela é?
Paulo chamaria tal pessoa de inimiga da Cruz de Cristo...e diria: Anátema!

Pense nisto!

ENTRE ANGUSTIAS, GEMIDOS, ESPERANÇAS E CERTEZAS...

 

Os capítulos 7 e 8 de Romanos nos abrem janelas para infinitos mundos.
Aqui não é o caso tentar mostrar as múltiplas variáveis daqueles dois capítulos.
Hoje o que desejo é mais simples, bem mais simples.
Paulo diz que os sofrimentos do tempo presente não são para comparar com a glória a vir ser revelada em nós.
De fato, o que desejo e mostrar o realismo esperançoso da mente de Paulo.
Ele fala de esperança, vitória, inseparabilidade do amor de Deus, intercessão do Espírito na nossa fraqueza, a constituição de todas as coisas para o bem, a certeza de que fomos pré-conhecidos, predestinados, chamados, justificados, glorificados em Cristo, e que não há força, poder, ou autoridade—seja visível ou invisível—que possa nos acusar ou derrotar, pois, nossa vitória está no amor de Deus.

Isto tudo em meio à maiores afirmações de realismo.
1. Gememos com a natureza e sofremos angustias em nosso intimo aguardando o dia da redenção dos nossos corpos e de todo o cosmos. Sofremos as dores de ser animais com os animais, porém transcendendo ao nível apenas animal. Mas participamos de todos os gemidos que a criação geme...tanto pela sobrevivência...como pela expectativa de que o fim das vaidades da sobrevivência traga a gloria dos filhos de Deus.
2. Gememos também pelas culpa e neuroses que o pecado gerou em nós. Então, no capítulo 7, Paulo descreve essa dor de incoerências e os gemidos da consciência que se percebe como fragmentada pelo pecado...graças à consciência que a lei trouxe sobre nós.
3. Gememos pela fé que levamos no peito contra as incompatibilidades essenciais de um mundo sem fé. Assim, vem a fome, a espada, o perigo, a nudez, as privações...tudo pelo evangelho.

Esse é o realismo de Paulo.
Gememos com a natureza.
Gememos em nós mesmos.
Gememos pelo que cremos e pela fé que escolhemos assumir na vida.
Mas o realismo de Paulo não é pessimista...
Gememos com a criação...mas na esperança somos salvos.
Gememos em nós mesmos...pela nossa psicose básica...mas somos objeto da intercessão do Espírito. Quem nos condenará? Quem intentará acusação contra os eleitos de Deus? Quem nos condenará? Se Deus é por nós...quem será contra nós? Já não há nenhuma condenação para os que estão em Cristo.
Gememos ante as circunstancias de adversidade e perseguição...mas somos mais que vencedores...afinal, quem poderá nos separar do amor de Cristo.
1. Nosso gemido com a criação tem na ressurreição de Jesus no corpo a certeza de que toda a matéria também será redimida.
2. Nosso gemido de existência e de consciência tem na morte de Jesus sua carta de alforria do casamento com a culpa que vem da lei...Jesus que encarnou o papel daquele que fez a morte morrer com Ele (Rm 7:1-5), para que focássemos livres do casamento com a Lei, a fim de casarmos sem culpa...em novas núpcias..sem o marido-lei...que virou defunto em Cristo...e agora estamos livres...e nos casamos com a Graça de Deus. Esse casamento, sim!...é indissolúvel...ninguém pode nos separar...desse amor.
3. Nosso gemido ante as perseguições tem na certeza de que toda a conspiração contrária a nós...é apenas a aparência de adversidade, pois, de fato, no conjunto...tudo vira sinfonia para o bem de quem ama a Deus.

Assim era que Paulo via as coisas: o cosmo, o coração e o cenário de oposição.
O grito é um só: para quem chama a Deus de Aba, Pai...e sabe e crê em tudo o mais...nada mais resta que tudo: se assumir como herdeiro de Deus...e isto com sofrimentos na terra...mas que não são para comparar com a gloria por vir a ser revelada em nós.
Sei que era assim que nosso irmão Paulo via as coisas...
Vê-las assim faz toda faz toda diferença!

Paulo,fundador do cristianismo?

Acho que já deu para todo mundo notar que eu não concordo com Friedrich Nietzsche quando acusa Paulo de ser o fundador do “Cristianismo”.
A Basílica é de São Pedro, não de São Paulo!
Paulo perdeu a “parada” na construção do “Cristianismo” simplesmente porque o que Paulo discerniu, creu, ensinou e praticou, jamais criaria um “Cristianismo”, mas tão somente igrejas que se amavam, se correspondiam, se comunicavam, e se sentiam parte do Corpo Universal de Cristo.
Essas igrejas não deixavam de ser o que eram e nem as pessoas quem eram nas circunstancias de suas vidas e culturas, visto que não haveria nunca nenhum poder humano, central ou regional, que fizesse ninguém dominar sobre ninguém, ditando ensinos de homens e revelações do ego, pois, Cristo é o Cabeça do corpo e Nele temos o Amém de Deus—conforme Paulo!
Além disso, não haveria uma profissão teológica a ser buscada e nem um status profético de detentor de novas revelações a ser alcançado, pois, em Cristo, todos os tesouros da sabedoria e do conhecimento já haviam sido revelados.
O apostolo também cria que o mistério desse crer e saber geraria um sentir de almas unidas no amor de Cristo. E, assim, o mundo veria a presença do reino de Deus.
Ele também cria que esse testemunho tinha que ser dado dentro do contexto onde a Palavra estava sendo anunciada. Assim, para os judeus ele era escândalo entre os gentios!
Para os gentios ele não era um escândalo entre os judeus, quando raspou a cabeça, tomando voto. Afinal, quando alguém faz parte de uma cultura onde a revelação se originou, pode passar a pensar que sua cultura e sua história são santos também. E os que souberam depois—os gentios, no caso—sentem-se privilegiados em poder ter algum contato com a “cultura original”, como o fazem os católicos e evangélicos quando beijam o chão de Israel!
Hoje a exemplificação também vem dos novos convertidos evangélicos que recebem a Jesus e tem que "engolir" o pacote como se tudo fosse o evangelho, até o jeito de falar ou vestir!
O engando é pensar que quem chegou antes já discerniu mais. Paulo nuca creu nisso. Por isso mesmo botou Pedro sob a Graça e enfrentou tudo e todos pela verdade do Evangelho.
Nisto ele também se gloriava.
Dois mil anos depois...
Já para nós, em certas coisas, temas e circunstancias da vida, Paulo parece um pouco de menos para os liberais e um pouco demais para os conservadores—e nada para os neopentecostais!
Para nós Paulo é tão demais ainda que o “demais” de Paulo, pouca gente tem enxergado.
E Paulo apesar de saber que era demais, era para si mesmo tão de menos, que nunca pensou que sua pessoa fosse ficar nada além do que nele se via e dele se ouvia!
Mas a mediocridade se aferra às circunstancialidades do “aplicativo” do Princípio da Palavra em Paulo e não cresce no Principio da Palavra a fim de fazer seu “aplicativo” no momento histórico em que se está vivendo.
Assim, o Universal em Paulo se reduz a slogans e o “aplicativo circunstancial” se transforma é “principio universal”.
Alguns exemplos.
Primeiro os slogans que sobraram:
Pela Graça sois salvos!—para os Reformados.
Não me envergonho do Evangelho!—para os Missionários.
Já não sou eu quem vive, mas Cristo vive em mim!—para os Santificados.
Dou Graças a Deus porque falo em línguas mais do que todos vós!—para os Carismáticos.
Tudo é vosso!—para os liberais.
Todas as coisas são puras para os puros!—para quem gosta daquilo que a maioria diz não poder ou gostar.
Não é bom para o homem o comer com escândalo!—para quem anda doido para fazer alguma coisa e tenta se controlar.
O bispo seja marido de uma só mulher!—para aquele que tem um medo horrível de gostar tanto de pregar quanto gosta de mulher.
O bispo governe bem a sua própria casa!—para o líder que acha que consegue manter os filhos escondendo bem seus próprios corações.
Há muitos outros slogans!
Outro dia eu volto a eles.
Agora os aplicativos.
Ora, os aplicativos são tantos que eu vou deixar a expansão deles para outra hora. Aqui vou apenas dar alguns poucos exemplos.
Vejamos:
O bispo seja marido de uma só mulher!—porque no principio Deus criou Adão e Eva, não Adão e suas mulheres. No entanto, Adão caiu e o mundo de Paulo não era o jardim do Éden.
Portanto, a fim de que o Evangelho fosse boa notícia para todos—incluindo os que tinham mais de uma esposa ou mulher quando conheceram a Palavra—, Paulo recomenda que o bispo seja o referencial desse novo modelo.
Afinal, não há homem nem mulher (Gl 3:28).
E o homem que não quiser sua mulher pensando como ele, que pense como ela.
E assim, haverá igualdade.
Mas o mundo é caído!
Cada geração tem que entender e saber recomeçar sem negociar com o Princípio da Palavra.
O aplicativo carrega o Princípio, mas não pode ser instituído como forma.
Mais algumas acusações feitas ao irmão Paulo.
Ele é acusado de ter inventado o “bispo” (que era bispo de casas de fraternidade, o outro nome é igreja, e não essa figura estereotipada de hoje), a “hierarquia” (que era orgânica e não funcional), o “silencio das mulheres” (que era cultural), o tom agressivo (que era o mínimo que ele poderia fazer considerando a dor das circunstancias), a lógica na argumentação (porque ele era inteligentíssimo), a independência excessiva (porque ele cria, não duvidava e não tinha medo), etc...
Para mim, sinceramente, ele é o homem que discerniu e explicou a razão da esperança melhor que ninguém. Isso ninguém pode negar!
Mas se Paulo tivesse sido entendido nos Princípios Essenciais da revelação que transmitia, a história teria sido possivelmente outra, em razão de que a essência do que Paulo ensinou não criaria o que o “Cristianismo” se tornou, em qualquer de suas variáveis.
Perfeito nunca seria—somos caídos e Paulo se considerava o principal entre os pecadores—, mas seria muito mais revolucionário!
E não haveria uma Basílica que representasse o Templo de Jerusalém sendo erguida em nome da fé em Jesus!
Mas também não haveria o Protestantismo.
Paulo não era um protestante, ele era um inconformista.
Ele jamais proporia uma Reforma. Ele cria em subversão, em revolução permanente, em nunca se conformar com este século e suas produções, ainda que teológicas.
A fé de Paulo estaria em permanente estado de crescimento: tanto no conhecimento de Deus, como em auto-percepção e em discernimento da natureza humana--e também da natureza!
O que a gente não entende quando lê a Palavra em Paulo é que ali há a revelação eterna, e que ela está sendo enviada ignorantemente —como convém à piedade—na forma de cartas para pessoas que se reuniam em casas, e que tinham nomes semelhantes a Fernando, Mara, Suzana, Antônio e Suzane, Maria Helena, Alfredo, Sergio e Débora, Raimundo e Murilo.
Ou seja:
Paulo sabia que o que dizia era a Verdade do Evangelho de Cristo. Ele não tem nenhuma dúvida a respeito da revelação recebida.
Quando ditava algo ou escrevia para enviar aos Efésios, Romanos, Filipenses, Coríntios ou qualquer outra cidade, poderia também ser Rio de Janeiro, São Pedro, Curitiba, Teresina e Sobral do Ceará.
Ele era responsável eternamente pelo que ensinava acerca do Evangelho e, ao mesmo tempo, completamente solidário e participe do momento e das circunstancias das vidas de seus ouvintes.
Ele sabia que o que dizia era o Evangelho e que o Evangelho não era nada mais nem menos que aquilo.
Ele só não sabia era que sua “correspondência” iria ser lida durante dois mil anos, todos os dias—especialmente aos domingos—, por milhões, bilhões de seres humanos, e que essas pessoas iriam pensar que todas as soluções imediatas que ele, Paulo, buscava alcançar no “aplicativo” do Principio Universal do Evangelho, iriam se transformar em “conteúdo fixo” do evangelho, e que viria a ser ensinado como “mandamento para todas as culturas dos gentios da terra”.
Logo ele? que lutou contra isso o tempo todo? tendo feito mais inimizades por causa disso do que por qualquer outra razão entre os judeus ou entre os cristãos judaizantes!?
Não!
Paulo jamais gostaria que o carioca fosse como os gregos e pernambucanos como os holandeses, e os paulistas como italianos!
Paulo estabeleceu os Pontos Ômega e fez aplicação circunstancializada dos Princípios, conforme o aplicativo pertinente ao contexto.
Aquelas coisas eram importantes naquela hora, mas não dava para comparar com Bem do Evangelho.
E, à semelhança dele, Paulo cria que cada geração iria ter que reconhecer também, como ele mesmo pediu a Timóteo que o fizesse—em suas ações, atitudes, amor, longanimidade, fé, pureza, saber, e também pelas armas da justiça, quer ofensivas, quer defensivas; por boa fama e por desonra; como quem morre, mas eis que vivo está!—, o significado de crer no Evangelho de Jesus!
“Em Cristo não há homem, nem mulher; nem escravo, nem liberto; nem judeu, nem grego”—foi o que ele disse.
Isto é Universal.
É! em Cristo!
Voltamos dois mil anos...
Havia um monte de gente vivendo em Corinto.
A cidade era portuária e o verbo corintianizar era sinônimo de tudo o que os cariocas são no imaginário universal: o povo da boa vida, do prazer e do momento de alegria.
Em Corinto as prostitutas cultuais desciam da Acrocorinto com o rosto nu e as roupas apenas em suficiência para aumentar a sedução.
Uma mulher que tivesse marido e fosse fiel a ele deveria se diferenciar desse paradigma com “autoridade”—e a expressão simbólica da mulher que não gosta que fiquem gritando nas costas “sua gostosa!”, naquela época, era botar o véu sobre a face.
Se no Brasil esse sinal fosse respeitado, muitas mulheres usariam véu, se a percepção cultural das pessoas fosse idêntica.
Naquele tempo o véu era o sinal vermelho para qualquer pretensão.
Hoje se puser o véu a “rapaziada” arranca e se não ouvir um sonoro “me deixa em paz”, nem sempre desiste.
O problema é que em Corinto se o que funcionasse fosse o “me deixa em paz”, Paulo iria dizer:
“Irmãs, diferenciem-se, numa circunstancia dessa, dizendo “me deixe em paz”.
Mas era o véu que respeitavam.
E respeitavam-no porque aquela mulher tinha “dono”.
Era a percepção “para fora”.
Para o lado de “dentro” Paulo diz que o “dono” daquela mulher não deveria fazê-la sua propriedade a fim de
abusar dela.
Afinal, a mulher saiu do homem, mas o homem nasce de mulher.
E assim como o homem é a gloria de Deus, assim também a mulher é a gloria do homem!
E olhe que para Paulo a palavra gloria significava gloria!
(Falaremos disso noutra ocasião).
Resumindo:
Coisas do dia a dia se transformaram em lei de conduta entre os cristãos.
E nas cartas inspiradas enviadas aos amigos e irmãos da comunidade, até os nomes das pessoas mencionadas são vistos como especialmente eleitos como santos e parte da revelação.
Essas pequeninas coisas é que obscurecem as Universais!
Sabe o que é isso?
É nunca ter entendido a Palavra.
Paulo mesmo disse que a letra mata--até mesmo nas cartas de Paulo!
Quem já conheceu o irmão Paulo não fica mais com esse problema.
Sabe que Paulo era absolutamente certo de ter crido e processado a Palavra da Verdade da Graça de Deus revelada em Seu Filho Jesus Cristo.
Sabe que tudo isso é decisão de Deus.
É mistério.
Cristo é a Revelação.
O Evangelho é a Boa Noticia, mas não se encerra numa única explicação cultural. Não se deixa prender nem por judeus, nem por gregos, nem por americanos, ingleses, brasileiros ou até mesmo argentinos (o “até mesmo” revela meu mergulho no momento histórico emocional brasileiro de fazer piadas com argentinos).
Certo?