quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

Como se escreve?

Blog de marceloramos :Entre amigos, Como se escreve...

Quando eu tinha somente cinco anos, a professora do jardim de infância pediu aos alunos que fizéssemos um desenho de alguma coisa que amávamos.

Eu desenhei a minha família. Depois, tracei um grande círculo com lápis vermelho ao redor das figuras. Desejando escrever uma palavra acima do círculo, sai de minha mesinha e fui até a mesa da professora e disse: “Professora, como a gente escreve...?

Ela não me deixou concluir a pergunta. Mandou-me voltar para o meu lugar e não me atrever mais a interromper a aula. Dobrei o papel e o guardei no bolso.

Quando retornei para casa, naquele dia, me lembrei do desenho e o tirei do bolso. Alisei-o bem sobre a mesa da cozinha, fui até minha mochila, peguei um lápis e olhei para o grande círculo vermelho. Minha mãe estava preparando o jantar, indo e vindo do fogão para a pia. Eu queria terminar o desenho antes de mostrá-lo para ela e disse: “Mamãe, como a gente escreve...?

Menino, não dá para ver que estou ocupada agora? Vá brincar lá fora. E não bata a porta”, foi a resposta dela. Dobrei o desenho e guardei no bolso.

Naquela noite, tirei outra vez o desenho do bolso. Olhei para o grande círculo vermelho,
e peguei o lápis. Queria terminar o desenho antes de mostrá-lo para meu pai. Alisei bem as dobras e coloquei o desenho no chão da sala, perto da poltrona reclinável do meu pai e disse: “Papai, como a gente escreve...?

Estou lendo o jornal e não quero ser interrompido. Vá brincar lá fora. E não bata a porta”. Dobrei o desenho e o guardei no bolso novamente.

No dia seguinte, quando minha mãe separava a roupa para lavar, encontrou no bolso da calça enrolados no papel, uma pedrinha, um pedaço de barbante e duas bolinhas de gude. Todos os meus “tesouros” que eu catara enquanto brincava fora de casa. Ela nem abriu o papel. Atirou tudo no lixo.

Os anos passaram...

Quando tinha 28 anos, minha filha de cinco anos fez um desenho. Era o desenho de sua (minha) família. Sorri quando ela apontou uma figura alta, de forma indefinida e me disse. “Este aqui é você, papai!” Olhei para o grande círculo vermelho feito por minha filha ao redor das figuras, e lentamente comecei a passar o dedo sobre o círculo. Ela desceu rapidamente do meu colo e avisou: “Eu volto logo!

E voltou. Com um lápis na mão. Acomodou-se outra vez nos meus joelhos, posicionou a ponta do lápis perto do topo do grande círculo vermelho e perguntou: “Papai, como a gente escreve amor?

Abracei minha filha, tomei a sua mãozinha e a fui conduzindo, devagar, ajudando-a a formar as letras, enquanto dizia: “Amor... Amor, querida, se escreve com as letras T... E... M... P... O” (TEMPO).

Conjugue o verbo amar todo o tempo. Use o seu tempo para amar. Crie um tempo extra para amar, não esquecendo que para os filhos, em especial, o que importa é ter quem ouça e opine, quem participe e vibre, quem conheça e incentive. Não espere seu filho ter que descobrir sozinho como se soletra amor, família, afeição. Por fim, lembre-se: Se você não tiver tempo para amar, crie. Afinal, o ser humano é um poço de criatividade e o tempo... Bom, o tempo é uma questão de escolha. (Desconheço o autor)

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