quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

Será que preciso de tudo isso?

Blog de marceloramos :Entre amigos, Será que eu preciso?

Será que precisamos de tudo aquilo que desejamos ter? Você já parou para pensar sobre isso? Eis uma reflexão que necessita de nossa atenção, e que irá colocar em análise muitos de nossos valores.

Lembramos de uma passagem narrando que Mahatma Gandhi, depois de ter conseguido a independência da índia, fez uma visita à Inglaterra.

Passeava com algumas pessoas pelas ruas de Londres, quando sua atenção foi atraída para a vitrine de uma famosa joalheria.

E ali ficou Gandhi, olhando as pedras preciosas e as jóias ricamente trabalhadas.

O dono da joalheria imediatamente o reconheceu, e foi até a rua saudá-lo:

Muito me honra que o Mahatma esteja aqui, contemplando o nosso trabalho”, disse ele. “Temos muitas coisas de imenso valor, beleza e arte, e gostaríamos de oferecer-lhe algo”.

Sim, estou admirado com tanta maravilha”, respondeu Gandhi. “E, mais ainda, estou surpreso comigo, pois ainda consigo viver e ser respeitado sem precisar usar jóias”.

Outro espírito muito sábio também se refere a estas mesmas questões. O Dalai Lama, em sua obra ‘A arte da felicidade’, traz observações e apontamentos sobre isso, propondo a seguinte prática:

Toda vez que estivermos diante de algo que desejamos adquirir, algo que nos desperte o desejo, a vontade, indaguemos a nós mesmos: será que eu preciso disso?

Se nos deixarmos levar por um primeiro impulso responderemos ‘sim, é claro que preciso’, pois ainda não racionalizamos nada.

Agora, se pensarmos um pouco mais, e deixar este primeiro ímpeto para trás, conseguiremos descobrir se realmente estamos precisando daquilo.

Assim, assegura-nos o líder tibetano que não seremos facilmente seduzidos pelas conquistas materiais, que tendem a querer nos escravizar.

Nosso ser é frágil, e ainda acha que precisa de recursos externos para assegurar sua felicidade. A baixa auto-estima, por vezes nos faz procurar no mundo algo que consiga elevá-la.

Comprar roupas, carros, jóias, pode trazer uma certa satisfação às nossas vidas, mas ela será apenas momentânea, e logo que o encanto com o novo passe, voltaremos ao nosso anterior estágio de felicidade.

O ser que busca a espiritualização, vai encontrar os recursos para construir sua felicidade naquilo que não é matéria, vai encontrar a satisfação nos sentimentos, nas ações nobres que pratique em favor do outro, numa conversa amiga, na contemplação da natureza.

O ser que busca a espiritualização precisa rever seus valores, e não ceder aos apelos da mídia e dos modismos, conseguindo assim alicerçar sua felicidade em terreno seguro.

O sábio dos sábios um dia ensinou:

Não ajunteis tesouros na Terra, onde a traça e a ferrugem destroem, e onde os ladrões arrombam e roubam. Mas, ajuntai tesouros no Céu, onde nem a ferrugem destrói, e onde os ladrões não arrombam e nem roubam. Pois onde estiver o vosso tesouro, aí estará também o vosso coração”.

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