quarta-feira, 3 de março de 2010

Fábula:Obediência de camelo(Sabedoria nas decisões)

Blog de marceloramos :Entre amigos, Obediência de Camelo

Era uma vez, num reino muito longe como todos os reinos de histórias ilustrativas, um abastado comerciante árabe, que viajava por cidades e desertos acompanhado dos seus escravos, numa caravana que, além de cavalos e outros animais, era também composta de vinte camelos.

Certa noite, quando chegou a hora de amarrar todos os camelos à uma estaca, para que não fugissem durante a noite, os escravos perceberam que faltava um dos animais: só haviam 19. Após o encontrá-lo, após tentarem sem sucesso levá-lo para onde se encontravam os outros camelos, foram perguntar ao patrão como deveriam proceder.

Ao chegarem ao vigésimo camelo, após amarrar os outros, simulai” – instruiu ele aos escravos – “que estais cravando uma estaca no solo, e depois simule amarrá-lo à esta estaca imaginária”.

E explicou-lhes: “Como o camelo é um animal estúpido, acreditará que está sendo amarrado”.

Efetivamente, assim o fizeram e foram todos dormir. Na manhã seguinte, todos os camelos estavam em seus postos, inclusive o vigésimo, parado junto à estaca imaginária. Quietinho, bem comportado.

Desatados para prosseguirem a viagem, todos os camelos se moveram, menos o último, que continuava parado, como se estivesse ainda amarrado. Ordenou, então, o comerciante: “Simulai que estais tirando a corda da estaca imaginária, pois o imbecil ainda se julga amarrado”.

Assim fizeram os escravos e o camelo, obedientemente, se levantou e prosseguiu a viagem com os companheiros.

Refletindo acerca da história acima, poderíamos propor vários questionamentos; sobre nossa passividade diante de certos acontecimentos, que nos aborrecem mas que, ao mesmo tempo, nos provocam uma alienação total, nos transformando – apesar de nossa indignação – em meros espectadores aborrecidos e contrariados. Ou mesmo meditar sobre as estacas imaginárias que nos amarram. Quais são elas? Vale a pena continuarmos amarrados, ou melhor seria fugirmos durante a noite, enquanto os outros dormem?

Que Deus nos dê a sabedoria desta decisão e, se for o caso, a conseqüente coragem para a aventura.

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