Maria havia comemorado 18 anos recentemente. Bonita e vaidosa, sempre foi muito dedicada aos trabalhos de sua Igreja, procurando fazer tudo que lhe pediam e sempre dizendo sim às súplicas do próximo.
Apesar de muito bonita, tinha uma grande frustração, frustração esta alimentada há mais de seis anos, quando, aos doze anos, cismou que deveria ter olhos azuis, ao invés de pretos, como eram. Inicialmente manifestou o desejo aos pais e chegou a pedir a um tio abastado que lhe pagasse uma lente de contato na cor desejada, o que o tio faria prontamente, não fosse a negativa dos pais que não viam necessidade da realização daquele desejo.
A moça então começou a rezar e a pedir ao Senhor que lhe desse olhos azuis. Inicialmente timidamente, depois como obsessão, rezava todas as noites e pedia ao Senhor que lhe desse olhos azuis. Ao acordar, corria para o espelho e, decepcionada, via que seus olhos ainda eram negros.
Mesmo profundamente amargurada, culpando a todos por isso, entrou para uma Pastoral Missionária com o firme propósito de se tornar missionária, pois entendia que, através de uma mudança de cidade, acalmaria sua frustração se pondo a serviço dos irmãos carentes da Palavra de Deus.
Um dia, chamada pela direção da sua Igreja, recebeu um convite para ir trabalhar na Índia, como missionária. Na carta-convite recebida pela Igreja, apenas uma exigência: que a pessoa escolhida para o trabalho missionário tivesse cabelos e olhos pretos, para não entrar em choque com a cultura local daquele país.
Naquele momento, após aceitar o convite, correu para o quarto onde, após a leitura de um trecho bíblico, agradeceu a Deus pela sua infinita misericórdia. Entendeu então que olhos azuis não vinham de encontro ao propósito de Deus em sua vida. E deu graças por isso.
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